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Futebol

Exclusivo Glorioso 1904- Mauro Xavier pede transparência no Benfica: "Todo o dinheiro..."

Em entrevista ao nosso Jornal, conhecido adepto do Clube da Luz acabou por abordar vários temas, como foi o caso do associativismo e papel dos Sócios

Glorioso 1904
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04 Abr 2025 | 03:00 |

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Mauro Xavier acredita que os Sócios devem ter um maior conhecimento das movimentações do Benfica, quer a nível interno, quer externo. Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, o conhecido adepto do Benfica, que apelou à transparência, fez uma breve apresentação do seu livro A Nossa Camisola, deixando ainda em cima da mesa sugestões para "devolver o Clube" aos associados e analisando o tema do associativismo. 


Mauro Xavier - Os Sócios devem estar no centro de tudo o que o Benfica faz e de tudo o que o Benfica põe


Glorioso 1904 (G). No capítulo 4 do livro ‘A Nossa Camisola’ aborda o tema do associativismo. Como planeia fazer com que os Sócios se sintam “verdadeiramente parte do Clube”?


Mauro Xavier (MX). Temos que começar só com um passo atrás, porque, em Portugal, ainda estamos numa tendência diferente da Europa e acho que isso é a riqueza do Benfica, que é o Clube é verdadeiramente tido pelos Sócios, não é dono de uma qualquer empresa. E esse é o modelo que a maioria da Europa tem. Se nós olharmos para o Reino Unido, todos os clubes do Reino Unido estão assim, em França estão assim, em Espanha a maioria estão assim, em Itália estão todos assim. Existem alguns em que os sócios ainda são donos do clube. O Bayern Munique, o Barcelona, o Real Madrid, o Benfica. Portanto, eu acho que esse é o primeiro ponto que é importante deixar claro, que essa é a nossa história e esse é o nosso futuro.

O segundo é que os Sócios devem estar no centro de tudo o que o Benfica faz e de tudo o que o Benfica põe. E uma das coisas que pode ser um sinal muito importante é termos aqui uma componente de termos um vice-presidente do Clube dedicado ao associativismo. Portanto, aqui uma mudança para o futuro, porque eu acho que os Sócios cada vez estão mais disponíveis para participar na vida do Clube. Dar um exemplo de uma das coisas que falo também no livro que tem a ver com a participação. O Benfica hoje tem um canal como a BTV, como tem os seus meios normais de comunicação. Mas quando olhamos para as redes sociais existem 5, 10, 20, 30 projetos de Benfiquistas para Benfiquistas que eu acho que deviam ser embarcados dentro das plataformas do Clube, a definir quais seriam os critérios, porque não podem ser todos os projetos ao mesmo tempo, mas, quando se atingisse um determinado nível de notoriedade e de visualizações, acho que devia haver espaço quer dentro da BTV, quer da componente dos meios do Benfica. Se o Benfica é um Clube de Sócios, acho que os Sócios deviam nas suas plataformas ter essa oportunidade de colocarmos os Sócios no centro de tudo.


Depois, é olharmos sempre para a dualidade sócio-dono e não sócio-cliente. Nós queremos atrair o máximo de benefícios para os Sócios e não para os clientes do Benfica. Nós sabemos que o Benfica tem que aumentar as suas receitas e, portanto, esse é um paradigma essencial, mas o Benfica, enquanto associativismo, tem várias outras vertentes. As nossas Casas do Benfica, que são uma das redes e uma das forças brutais, vai haver o Mundial de Clubes, o Benfica é dos poucos clubes que está no Mundial de Clubes que tem Casas do Benfica de associados nos Estados Unidos. E, às vezes, para falarmos da nossa grandeza, é importante percebermos que temos Casas na maioria dos continentes e que estamos presentes em todo lado. Mas o Benfica, diretamente, não está a apoiar as suas Casas. Ou seja, o Benfica gasta mais - o Benfica Clube, nem estou a falar da SAD, o Benfica Clube - gasta mais em juros da dívida do que gasta no departamento das Casas. Portanto uma das coisas que eu proponho também é que as Casas do Benfica possam ter 1% do orçamento do Clube. Esse 1% pode ser utilizado em coisas, como subsidiar os autocarros que permitem aos adeptos que vivem muito longe possam vir ao Estádio da Luz.

Excelente medida que o Benfica agora fez, a partir de Lisboa, permitir a quem comprou o bilhete para ir ao Porto de forma integrada. Acho que com muito facilmente, nós permitiríamos 30, 40 autocarros espalhados por vários sítios do país para vir a Lisboa ou para apoiar a equipa de onde fosse, de dois ou três pontos estratégicos de onde saísse, mas também para apoiar a vida do dia-a-dia das Casas, a decidir. Muitas das Casas é difícil terem um funcionário a tempo inteiro, portanto o Benfica financiar 50% desse funcionário pode fazer muita diferença na vida do associativismo.

Outro exemplo é a Fundação do Benfica, do qual sou muito caro. O Benfica tem uma fundação que permite apoiar aquilo que é a educação não formal, jovens em risco, desintegração, que faz um trabalho tremendo, que angaria receitas, mas o Benfica diretamente não financia a fundação com nenhuma receita direta. E era possível fazer um trabalho muito maior na nossa fundação, se o Benfica também desse outro 1%, e proponho aqui 2% do Clube, um para as casas, outro para a Fundação, para serem apoiados enquanto pôr os Sócios no centro de tudo, uma do ponto de vista de lazer e outra do ponto de vista de responsabilidade social, pormos os Sócios no centro de tudo. Ou seja, olharmos para os Sócios como os destinatários de qualquer atividade que o Clube faz e integrá-los na sua vida do Clube, através da sua rede de casas, através da sua fundação, e isto com o arco daquilo que possa ser um vice-presidente responsável diretamente pelo associativismo, que possa responder às perguntas, que possa intervir. Nós, quando vamos às Assembleias Gerais, vemos montes de coisas que os Sócios comunicam no seu dia-a-dia que fazem todo o sentido de serem resolvidas de imediato, mas parece que não existe um canal, parece que existe uma barreira de comunicação entre o problema da vida real, e eu brinco sempre que o problema número um dos Benfiquistas tem a ver com o nosso site e a nossa dificuldade em comprarmos bilhetes ou alguma falta de transparência possa existir nesse ponto. É importante nessas coisas ficar claro. Se só há 500 bilhetes que se diga que só há 500 bilhetes. Não há problema rigorosamente nenhum. Não nos ponham à espera de duas horas para sabermos que não vamos ter nenhum dos 500 bilhetes, que se aumente a capacidade, que se perceba que seja pelo número de chegada, que se clique seja sorteio aleatório.

Podemos melhorar a nossa relação com o Clube e modernizá-la em vários momentos. Faz muito sentido é abrirmos o Estádio da Luz quando jogamos fora. Imaginem no próximo domingo termos um Estádio da Luz cheio quando o Benfica está a jogar no Dragão. Fizemos um investimento tremendo a modernizar o Estádio, portanto, imaginem o que é abrir a nossa maior casa, que é o Estádio da Luz, num dia de jogo fora.

É uma das coisas que eu acho que poderia dinamizar muito também a nossa vida. É não ver o Benfica só de 15 em 15 dias, naquilo que é o futebol, porque existem modalidades, mas, ao trazer estas pessoas para o Estádio, e sabemos que o estádio está aberto, vai permitir dinamizar todo o resto da vivência do Benfica.

G. Como pretende devolver o Clube aos Sócios?

MX. Acho que o Benfica pode aproximar um conjunto de decisões e de componentes mais próximo dos Sócios e garantir que a vivência dos Sócios é melhor incorporada rapidamente no feedback do dia-a-dia do Clube. E essa é a preocupação, é garantir que os Sócios fazem isso. Mas se nós quisermos falar em devolver o Benfica aos Sócios, o Benfica tem a maioria dessa parte e os Sócios têm a maioria do Clube.

Portanto, o Benfica é dos Sócios e quero deixar isso bem claro que às vezes há aqui alguns chavões que eu não sou totalmente a favor. Acho que precisamos de encontrar outros acionistas, mas isso não tem a ver com o pilar do associativismo, tem a ver com outros pilares. Este é um pilar diferente, tem a ver com a vivência do Sócio, porque pequenas coisas se foram perdendo como aquilo que era o antigo departamento de Sócios. E eu sei que estamos num mundo global e que cada vez mais vamos tratando de coisas pelos vários canais que existem disponíveis, mas às vezes há situações não-standard que é preciso dar feedback, que é preciso resolver, que é preciso tratar e que não é fácil ou aceder à informação ou saber quem possa tratar. Eu acho que se perdeu essa humanização de termos alguém do outro lado que possa conhecer mais do que seja só um atendedor de contact center, ou até alguém que nos está a tentar vender um produto. Acho ótimo quando sai a merchandising novo que partilhem com os Sócios, mas também gostava quando existe um problema maior que a linha do Benfica pudesse ir a um nível um bocadinho mais de profundidade e que, em limite, no Estádio, nós conseguíssemos resolver isso de uma forma mais eficaz. Tem a ver com essa vivência.

Nós dizemos sempre que o Benfica joga em casa quando joga fora. Há muito poucos clubes e todos os jogadores que passam pelo Benfica, quer das modalidades, quer do futebol, dizem isso. O Benfica liberta uma paixão tremenda e acho que quanto mais puder incentivar e disponibilizar essa paixão, estamos todos mais perto de aquilo que queremos.

Mauro Xavier - Garantir que a vivência dos Sócios é melhor incorporada rapidamente no feedback do dia-a-dia do Clube

G. Como vê o papel dos Sócios nas decisões estratégicas do clube? 

MX. Acho que temos de dividir aqui duas componentes, porque a razão por qual criámos uma SAD foi para poder profissionalizar. Ou seja, o Benfica são duas coisas ao mesmo tempo. É uma empresa e é uma associação. E essa dualidade muitas vezes não é bem compreendida pelos Sócios o que é que é uma coisa e o que é que é outra. Porque nós não podemos ter os Sócios a quererem decidir em Assembleia Geral se vamos contratar o jogador A ou jogador B, se vamos dispensar o jogador A ou jogador B. Portanto, há aqui um limite sempre daquilo que é a participação. Estou a dar este exemplo propositadamente para percebermos o limite máximo do outro lado.

Não é possível gerirmos uma organização profissional e depois de ser uma decisão referendada em permanente sobre as decisões. Aqui o critério fundamental chama-se de transparência. E a transparência é garantir que tudo o que se faz, os Sócios têm acesso o mais rapidamente possível e que podem estar informados sobre o assunto. Deixando aqui o exemplo clássico que se luta há muito tempo e que, embora tenha havido o compromisso, ainda não está espelhado nos nossos relatórios. Porquê que os Sócios não hão de saber quanto é que se gasta no nosso orçamento por modalidade? Ter só a exemplificação de quanto é que se gasta no voleibol, no andebol, no masculino e no feminino. Tudo bem que haja uma rubrica que diga que são modalidades, parte comum, porque percebo que haja só um departamento médico que é alocado a todos. Mas depois há o custo das equipas de cada um dos lados. E, portanto, eu acho que essa aproximação é feita com mais transparência.

A transparência é um critério que eu digo sempre, não é demais, ou se tem ou não se tem. E muitas das vezes dizemos que estamos a cumprir as condições legais obrigatórias. Tem a ver mais do que as condições legais obrigatórias. É partilhar as decisões que a estrutura profissional faz ou que a estrutura associativa faz o mais rapidamente possível com os Sócios. Portanto, para mim, tem muito a ver com esse critério de disponibilizar informação o mais rápido possível de forma organizada para que os Sócios possam se sentir descansados, que todo o dinheiro que o Benfica tem é bem gasto e é bem utilizado e com isso estaremos mais perto de vencer, que é isso que os Sócios querem.

Mauro Xavier - A transparência é um critério que eu digo sempre, não é demais, ou se tem ou não se tem

G. Enquanto Clube, quais devem ser as prioridades do Benfica?

MX. Não há outra prioridade a não ser vencer no futebol e nas modalidades. Portanto, o Benfica é um clube que se mede o seu sucesso pelo número de troféus, em Portugal e internacionalmente. É esse o objetivo. E depois, gosto de dizer que nós, no nosso símbolo, nascemos com uma roda de bicicleta, somos um clube eclético e tenho muito orgulho no nosso projeto olímpico. Fomos um dos clubes que, em Paris, há cerca de um ano, tivemos mais atletas com o emblema de um clube e não de um país. Sendo embora uma competição de países, nós fomos um dos clubes que mais contribuiu com praticantes nas diversas modalidades. Portanto, eu acho que é isso mesmo que o Benfica tem que garantir, que pode participar para ganhar e com a ambição de ganhar em todas as modalidades que faz.

O que eu acho que é importante introduzir é critérios a priori do que é que é sucesso. É uma coisa, por vezes, muito pouco portuguesa. Depois no final, dizemos o que quer que aconteceu, foi um resultado positivo. Eu gostava muito mais que se dissesse a priori. Para mim considero um resultado extraordinário se ganhar quatro campeonatos em quatro. Toda a gente percebe. E considero um resultado bom se ganhar dois em quatro. Se ganhar um em quatro ou zero em quatro, acho que é negativo. Acho que isso não há problema nenhum. Toda a gente sabe que as pessoas vão tentar ganhar todos. E é isso que o Benfica quer, é ganhar todos e ganhar sempre. Mas nós depois temos que ter aqui um critério também para avaliar quando é que as coisas não correm tão bem assim.

O mesmo se passa com qualquer contratação que se faz no Clube. Uma das coisas que tive a oportunidade de aprender, e que achei muita piada, foi que, por exemplo, o Liverpool paga prémios ao seu departamento de scouting se um jogador que for contratado for titular nos dois anos seguintes 50% dos jogos. Portanto, tem um critério a priori, ou seja, estabelecem a priori o que é sucesso. E acho que esse é o nosso próximo passo que fica muito ligado com o que falámos há bocado, que tinha a ver com a transparência que é comunicarmos dois elementos. Ou seja, nós a finalidade estamos todos de acordo que é ganhar. E depois temos que atribuir aqui duas coisas adicionais, que é: qual é a barreira mínima e como é que lá se chega. Ou seja, que medidas é que vamos tomar para que estejamos mais próximos de entrar. Sendo o futebol a indústria de colocar a bola na baliza e ela muitas das vezes podendo bater na barra ou ir ao lado, até esse momento tudo tem que ser feito independentemente de a bola entrar ou não.

Digo sempre que quando o Benfica ganha nem sempre tudo está bem e quando o Benfica perde nem sempre tudo está mal. Portanto, há aqui um trabalho que é visto, que deve ser sempre balanceado das duas formas. 

Mauro Xavier - Não há outra prioridade a não ser vencer no futebol e nas modalidades

G. O Benfica é, ao dia de hoje, e a par do Bayern Munique, o Clube com mais Sócios do Mundo, cerca de 400 mil. Qual a sua estratégia para que este número continue a crescer?

MX. Um clube alemão terá sempre vantagem versus um clube português relativamente à sua base, mas eu acho que enquanto houver um Benfiquista que não é Sócio, nós temos a ambição de poder crescer. Acho que há aqui três ou quatro elementos que vão ser muito importantes para garantir que as pessoas sentem a atração por poder ser Sócios. Dois ou três exemplos que me parecem óbvios e objetivos: tendo o nosso Estádio uma capacidade finita de lugares, nós temos que começar a criar a ideia de uma ideia de Red Pass virtual. Criar aqui um conceito com as novas tecnologias e não estou a falar de uma transmissão normal, mas de podermos passar a ter experiências mais imersivas para os Sócios poderem estar perto das suas equipas de futebol. Também ao ponto daquilo que são os seus conteúdos. Eu gosto de ver conteúdos do Benfica quando nós ganhamos, gosto muito, mas também gosto de ver quando não ganhamos. E, portanto, permitir cada vez mais estarmos próximos de conteúdos específicos para Sócios e para os associados é que vai permitir essa atração e esses benefícios. Eu acho que o Benfica faz um excelente trabalho naquilo que são os benefícios do Mais Vantagens, ou daquilo que são os benefícios enquanto Sócio, mas há aqui duas vertentes que são obrigatórias, que é o acesso a conteúdos e o acesso a merchandising. E, portanto, esses são os dois pontos que eu acho que o Benfica tem espaço para melhorar.

Digo sempre isto de forma inequívoca. Acho que há sítios em que o Benfica continua a ir a um ritmo bom. A angariação de Sócios é claramente um exemplo que acho que tem corrido bem. Estamos a angariar Sócios a uma velocidade muito boa e, portanto, se conseguimos manter o que está a ser feito, com pequenas melhorias, nós vamos acrescentar mais 100 mil Sócios nos próximos 5 anos. E, portanto, esse é um caminho que está bom. Fico mais preocupado naquelas coisas como as transmissões televisivas em que dizemos, já se chegou ao fim, já não conseguimos crescer estas receitas. E aí sim vamos ter que reinventar e fazer coisas diferentes. Portanto, acho que a divulgação da honra do que é ser Sócio, dos benefícios dos Sócios, e provavelmente conseguir criar aqui o conceito mais do que o Sócio correspondente, eu gostaria de lançar aquilo que é o Sócio imigrante, ou Sócio não português, ou Sócio fora de Portugal, porque acho que vivem o Clube de forma bastante diferente e que precisam quer de uma quota diferente, mas de uma proximidade do Clube. Portanto, acho que esse é um público-alvo que nós vamos precisar, juntamente com a internacionalização das nossas escolinhas do Benfica, para chegar a outros públicos.

Temos a conversão dos Benfiquistas em Sócios e depois temos a atração de não Benfiquistas ou de não nascidos Benfiquistas numa paixão que os leve a quererem ser identificados com o Benfica. Hoje está a ser criada a categoria de adepto, eu acho que precisaríamos de aqui alguma coisa mais forte do ponto de vista de marketing, mas esse é o caminho.

Mauro Xavier - Tendo o nosso Estádio uma capacidade finita de lugares, nós temos que começar a criar a ideia de uma ideia de Red Pass virtual.


Futebol

Da greve dos árbitros a Rui Borges: Tudo o que disse José Mourinho antes do Benfica - Sporting

Treinador encarnado esteve à conversa com os jornalistas, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo grande da 13ª. jornada da Liga Portugal Betclic

José Mourinho esteve presente em conferência de imprensa de antevisão ao Benfica - Sporting, e falou dos árbitros e de Rui Borges
José Mourinho esteve presente em conferência de imprensa de antevisão ao Benfica - Sporting, e falou dos árbitros e de Rui Borges

04 Dez 2025 | 14:46 |

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José Mourinho esteve à conversa com os jornalistas, em conferência de imprensa de antevisão ao Benfica - Sporting, a contar para a 13ª. jornada da Liga Portugal Betclic. O treinador encarnado não quis abrir o jogo sobre algumas decisões táticas, mas falou da greve das arbitragens e das palavras de Rui Borges. Confira, em baixo, tudo o que disse o timoneiros das águias.


Que Benfica é que os adeptos podem esperar amanhã?


"[risos] Um Benfica que quer ganhar, que respeita o seu adversário como respeita todos. Mas um Benfica que quer ganhar".


O Benfica é comparado a um Ferrari pelos adeptos. Nesse sentido, e tendo em conta as boas exibições recentes, o motor começa a carburar?

"Agora guio um BMW que o Benfica me deu... Devo fazer publicidade à BMW e não à Ferrari. Fazendo jus à minha fama e proveito de ser forreta, o Ferrari ofereceram-me. Nunca o compraria. Ganhámos os últimos três jogos, sim, o primeiro dos quais contra uma equipa de uma divisão inferior. Acho que fizemos um jogo bem conseguido no Ajax de acordo com os nossos objetivos para esse jogo, de acordo com as nossas caraterísticas e limitações. E no último, contra o Nacional, tenho a certeza que se em vez de sermos nós tivesse sido outra equipa portuguesa a fazer o jogo que fizemos, a amassar como amassámos, a criar como criámos, tenho a certeza que teriam tido direito a comentários absolutamente fantásticos, falando de um nível avassalador, da qualidade de jogo, de super recorde, de remates. Acho que fizemos um jogo muito bem conseguido com uma equipa que nos criou, obviamente, dificuldades por ter sido uma equipa que defendeu tanto e bem. Três vitórias de seguida é positivo, é bom, mas não me faz nem a mim nem a nenhum de nós perder o controlo, a tranquilidade ou a humildade, que começa a ser uma caraterística na nossa equipa. É uma equipa que trabalha como equipa, festeja como equipa, sofre como equipa, e isso é um passo importante"


Fez ontem 25 anos do primeiro dérbi de Mourinho, que festejou de maneira efusiva. De lá para cá, já jogou talvez centenas de dérbis em vários países. Mas um dérbi é sempre um dérbi. Como é que se vivem estes dias?

"Normal. Não vou dormir pior hoje do que uma noite que anteceda um não-dérbi, não fui mais detalhista no trabalho por ser um dérbi ou um não-dérbi. O que tivemos esta semana foi a possibilidade de ter mais tempo de trabalho, porque normalmente jogamos e temos jogo passado dois ou três dias. Neste caso, depois do Nacional, houve mais tempo. De resto, com maior tranquilidade. Já joguei uma infinidade de dérbis em todos os países, mas não creio que isso seja nem positivo nem negativo. Não é negativo porque não me retira a vontade de jogar um novo dérbi, não é negativo porque me retira alguma da emoção que precisas para jogar estes jogos, e positivo no sentido de déja-vu e ser muito difícil que aconteça algo que nunca te aconteceu na carreira. Mas normal..."

O Benfica joga em casa e, em teoria, na Luz tem vantagem. Mas o Benfica já perdeu seis pontos jogando em casa. Considera haver uma dívida para com os adeptos?

"Há sempre dívida. Principalmente quando, às vezes, possa parecer que a atitude da equipa não é condizente com o amor de milhões de benfiquistas. Nesse sentido sim. No sentido de perder jogo, perder pontos, não jogar o jogo que os adeptos possam estar à espera, penso que não seja uma questão de dívida. A responsabilidade que os jogadores têm é fundamentalmente de honrarem a sua profissão e, depois, honrarem o benfiquismo. E isso significa uma atitude intocável em qualquer jogo. Às vezes, eu como treinador, e os adeptos como adeptos, podemos ter alguma perceção errada e pensar 'esta atitude não foi a melhor'. Mas às vezes há condicionantes. O grupo é bom, é um grupo de gente boa, que não cria um único problema na gestão do mesmo. Um grupo amigo, um grupo bom. E nesse sentido, acho que não têm dívida absolutamente nenhuma. Dão o que podem dar, e obviamente com o crescimento da equipa e de algumas individualidades vão numa direção onde se criará mais empatia com os adeptos e menos, entre aspas, a dívida de que falou. Mas não consigo olhar nesse sentido"

Está preocupado com o facto de os árbitros poderem vir a fazer greve?

"Se fizerem, estou convencido que há muitos árbitros na Europa que gostariam de vir apitar o campeonato português. Acho que é uma coisa que acontece muito. Não tanto nos países europeus, mas algumas vezes ainda sim. Hoje em dia, os árbitros são profissionais e, não direi todos - porque alguns apitam em campeonatos de outra dimensão -, mas os melhores terão todo o prazer de vir apitar em Portugal. Se alguma vez acontecer, que os árbitros tenham essa decisão, não penso que seria um grande problema porque acho que o campeonato continuaria e a Liga encontraria facilmente soluções."

Que tipo de Sporting espera amanhã? À semelhança do que costumamos ver, ou mais na expectativa?

"Não faço ideia. O Sporting jogará como o Rui Borges quiser que jogue, como o Rui preparou a sua equipa durante esta semana. Não faço a mínima ideia. Obviamente que também nos prepararemos para o 'assim ou assado', mas o mais importante é como queremos jogar, o que preparámos para nós, para a nossa identidade. Mas como fazemos com todas as equipas, estudamos o mais que podemos. Fica sempre aberta a porta da imprevisibilidade, que é a que o treinador e os jogadores adversários podem meter no jogo. Mas honestamente, preparámo-nos mais relativamente a nós próprios do que pensando no adversário, que como sabemos é fortíssimo."

Os jogadores sabem o que é jogar um dérbi em Portugal?

"Os jogadores também vão crescendo com as experiências. Quando disse que há jogadores que chegam a um clube e depois saem e ainda não perceberam muito bem onde estiveram, refiro-me a um determinado perfil. Porque há outros que pelo seu próprio perfil vivem um pouco isolados dos contextos, não sentem muito a responsabilidade, a dimensão, historicamente não sabem o significado de determinado tipo de jogos. Refiro-me um bocadinho mais ao perfil do que ao jogador que acabou de chegar e não percebe. Há uns que chega e percebem imediatamente onde estão, mesmo os recém-chegados já jogaram contra o Sporting. Percebem o perfil o campeonato em Portugal e as equipas que tradicionalmente jogam para os lugares de cima. Não penso que isso seja um problema."

O que foi identificado no Sporting que possa exigir uma resposta tática especial?

"Não quero responder... A pergunta é boa, mas a resposta não é boa para te dar, porque seria exatamente o mesmo que dizer 'Henrique, vem ver os treinos e percebes o que fizemos e as coisas que nos preocupam ou que podemos tentar explorar'. Não gosto de dizer debilidade, porque uma equipa da dimensão do Sporting não tem a debilidade. Poderá simplesmente haver algumas coisas que podemos explorar. Mas basicamente é um bocadinho por aí"

Rui Borges expressou a sua admiração por si e já disse que o José Mourinho foi uma referência. O que acha que amanhã pode ensinar-lhe? E se tivesse de lhe dar um conselho, qual seria?

"Não tenho nada para ensinar... Agradeço as palavras do Rui, mas já sei que vocês vão-me adjetivar com falta de humildade. É normal que estes treinadores desta geração seguinte à minha tenham admiração por alguém que fez o que fez e abriu a porta a que se pensasse o treinador de determinada maneira. Obviamente que agradeço as palavras do Rui, porque poderia não ter dito e disse. Tenho de agradecer. Acho que não tem nada a aprender comigo no dérbi. É um treinador com experiência, com capacidade, campeão nacional. Sabe muito bem o que quer para a sua equipa e teve, quanto a mim, um mérito muito grande: a transformação do Sporting do Ruben Amorim para o 'seu' Sporting. Foi objetivo, corajoso, sabia perfeitamente o que queria, passou ao lado de muitas críticas, e está a fazer um trabalho extraordinário. Tenho o maior respeito por ele e, da mesma maneira que ele disse que respeita-me como a todos os outros, faço das palavras dele as minhas. Respeito-o a ele e a qualquer treinador que defrontemos em Portugal."

Ríos está de regresso. Está preparado para utilizar um 11 com cinco médios ou vai manter um jogador mais de corredor?

"A pergunta é boa, mas não vou responder. Não vi, mas o Gonçalo passou-me as declarações do Rui na conferência e ele não diz 'joga o Morita, joga o Simões'. Não diz se o Ioannidis vai ou não recuperar, não diz se o Debast joga ou não. Não diz nada. A única coisa que posso dizer é que o Rui diz que ainda tem de conversar com a almofada e eu não tenho. Já está tudo conversado. Sei quem vai jogar. Treinámos hoje em função exatamente de quem vai jogar, os jogadores sabem. Não há dúvidas. Mas não lhe vou responder".


Futebol

Com Benfica – Sporting à porta, Mourinho defende plantel das críticas: "Perceção errada"

Apesar das três vitórias nos últimos três encontros dos encarnados, exibições das águias ainda não convenceram tudo e todos

Na antevisão do Benfica - Sporting, José Mourinho defendeu os seus jogadores das críticas dos adeptos, elogiando a exibição diante do Nacional
Na antevisão do Benfica - Sporting, José Mourinho defendeu os seus jogadores das críticas dos adeptos, elogiando a exibição diante do Nacional

04 Dez 2025 | 14:45 |

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O Sport Lisboa e Benfica recebe o Sporting na próxima sexta-feira, às 20h15, no Estádio da Luz. Na antevisão do dérbi eterno, José Mourinho - que lembrou Ruben Amorim - defendeu os seus comandados de algumas críticas por parte dos adeptos, isto apesar dos três triunfos consecutivos averbados pelas águias.


“Podemos ter a perceção errada e pensar que a atitude não foi a melhor”


"Há sempre dívida [aos adeptos]. Principalmente quando, às vezes, possa parecer que a atitude da equipa não é condizente com o amor de milhões de Benfiquistas. Nesse sentido sim. No sentido de perder jogo, perder pontos, não jogar o jogo que os adeptos possam estar à espera, penso que não seja uma questão de dívida”, afirmou José Mourinho.


A responsabilidade que os jogadores têm é fundamentalmente de honrarem a sua profissão e, depois, honrarem o Benfiquismo. E isso significa uma atitude intocável em qualquer jogo. Às vezes, eu como treinador, e os adeptos como adeptos, podemos ter alguma perceção errada e pensar 'esta atitude não foi a melhor'. Mas às vezes há condicionantes”, acrescentou o técnico encarnado.

“Grupo não cria um único problema”


O grupo é bom, é um grupo de gente boa, que não cria um único problema na gestão do mesmo. Nesse sentido, acho que não têm dívida absolutamente nenhuma. Dão o que podem dar, e obviamente com o crescimento da equipa e de algumas individualidades vão numa direção onde se criará mais empatia com os adeptos e menos, entre aspas, a dívida de que falou. Mas não consigo olhar nesse sentido”, finalizou José Mourinho.

O Benfica – Sporting joga-se na próxima sexta-feira, 5 de dezembro, às 20h15, no Estádio da Luz. O jogo diz respeito à 13.ª jornada da Liga Portugal Betclic e é extremamente importante para as aspirações dos encarnados na luta pelo título, dado que a turma de José Mourinho está a seis pontos do Porto e três dos leões, precisando urgentemente de encurtar distâncias.

Perguntas Frequentes sobre o Benfica – Sporting

  • Quando é o dérbi? Sexta-feira, 5 de dezembro, às 20h15, no Estádio da Luz.
  • Onde posso ver o encontro? A transmissão será feita em exclusivo na BTV.
  • Quem é o árbitro? António Nobre será o juiz principal da partida.
  • Quais são os lesionados do Benfica? Alexander Bah, Nuno Félix, Bruma, Dodi Lukebakio e Henrique Araújo.


Futebol

José Mourinho comenta palavras de Rui Borges e lembra Ruben Amorim: "Objetivo"

Antigo técnico dos verdes e brancos foi lembrado pelo treinador do Benfica na antevisão do dérbi eterno, que se joga esta sexta-feira, às 20h15, na Luz

José Mourinho elogiou papel de Rui Borges após saída de Ruben Amorim do Sporting. Fotografia de SL Benfica
José Mourinho elogiou papel de Rui Borges após saída de Ruben Amorim do Sporting. Fotografia de SL Benfica

04 Dez 2025 | 14:35 |

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José Mourinho deixou elogios a Rui Borges e agradeceu as palavras do técnico do Sporting na antevisão do dérbi eterno. O treinador do Sport Lisboa e Benfica - que mandou um recado aos árbitros - recordou o papel do timoneiro verde e branco aquando da ida de Ruben Amorim para o Manchester United.


“Obviamente que agradeço as palavras de Rui Borges”


"Não tenho nada para lhe ensinar. Agradeço as palavras do Rui, mas já sei que vocês vão-me adjetivar com falta de humildade. É normal que estes treinadores desta geração seguinte à minha tenham admiração por alguém que fez o que fez e abriu a porta a que se pensasse o treinador de determinada maneira”, atirou José Mourinho.


Obviamente que agradeço as palavras do Rui, porque poderia não ter dito e disse. Tenho de agradecer. Acho que não tem nada a aprender comigo no dérbi. É um treinador com experiência, com capacidade, campeão nacional. Sabe muito bem o que quer para a sua equipa e teve, quanto a mim, um mérito muito grande: a transformação do Sporting do Ruben Amorim para o 'seu' Sporting”, acrescentou o treinador das águias.

“Tenho o maior respeito por Rui Borges. Faço das palavras dele as minhas”


Foi objetivo, corajoso, sabia perfeitamente o que queria, passou ao lado de muitas críticas, e está a fazer um trabalho extraordinário. Tenho o maior respeito por ele e, da mesma maneira que ele disse que respeita-me como a todos os outros, faço das palavras dele as minhas. Respeito-o a ele e a qualquer treinador que defrontemos em Portugal”, finalizou José Mourinho.

O Benfica – Sporting joga-se na próxima sexta-feira, 5 de dezembro, às 20h15, no Estádio da Luz. O jogo diz respeito à 13.ª jornada da Liga Portugal Betclic e é extremamente importante para as aspirações dos encarnados na luta pelo título, dado que a turma de José Mourinho está a seis pontos do Porto e três dos leões, precisando urgentemente de encurtar distâncias.

Perguntas Frequentes sobre o Benfica – Sporting:

  • Quando é o dérbi? Sexta-feira, 5 de dezembro, às 20h15, no Estádio da Luz.
  • Onde posso ver o encontro? A transmissão será feita em exclusivo na BTV.
  • Quem é o árbitro? António Nobre será o juiz principal da partida.
  • Quais são os lesionados do Benfica? Alexander Bah, Nuno Félix, Bruma, Dodi Lukebakio e Henrique Araújo.


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04 Dez 2025 | 14:24

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