Bernardo Alegra
Biografiado Autor

18 Jan 2024 | 09:00

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Bernardo Alegra

Estando ainda a meio do mercado de inverno, ainda é cedo para saber com precisão com que armas o Benfica vai atacar as quatro competições que ainda disputa nesta época 2023/24.


Estando ainda a meio do mercado de inverno, ainda é cedo para saber com precisão com que armas o Benfica vai atacar as quatro competições que ainda disputa nesta época 2023/24.


Ainda assim, se o mercado não nos trouxer nenhuma surpresa “Enziana”, pelo menos em teoria, a estrutura comandada por Rui Costa está a esforçar-se para corrigir algumas das principais pechas identificadas na primeira metade da época


A que insuficiências me refiro? Voltemos então a analisar o plantel encarnado:

- Na baliza a opção Trubin provou ser uma boa aposta, apesar e se calhar também por causa, do início titubeante. O ucraniano já foi decisivo em vários jogos, fazendo jus à máxima de que os Guarda Redes valem pontos e Trubin já provou valer mais que o seu antecessor. Já no banco Schmidt tem Samu, uma promessa que ainda não dá garantias. Uma opção de risco numa posição fundamental;

- Na defesa, as laterais continuam a ser o ponto fraco. À esquerda nem Jurasek nem Bernat, por razões diferentes, conseguiram ser solução. Schmidt optou por Morato que é claramente insuficiente num modelo de jogo (e numa liga) que exige um lateral que dê profundidade e até saída de jogo e o brasileiro não garante nem um nem outro. A contratação de um novo Fernández, quase um ano depois, é uma incógnita, dada a pouca experiência e até utilização recente do espanhol. À direita, o bombeiro Aursnes cumpre e é inclusive um dos melhores defesas direitos da liga. O problema é que o norueguês faz (muita) falta na ala esquerda do meio-campo, como se pode facilmente ver pela incapacidade que a equipa continua a ter na pressão alta à saída de qualquer adversário que o Benfica defronte;

- A meio confirma-se aquilo que aqui vaticinei há uns meses: João Neves é absolutamente indiscutível. Ao seu lado Kokçu, a escolha de Schmidt, demora a adaptar-se à posição e modelo de jogo em que tem de percorrer muito terreno. Aliás, os minutos em que o alemão o encostou à ala esquerda permitiram-nos ver um jogador mais à vontade a jogar num raio mais curto e mais perto da área. As alternativas são poucas, mas passarão sobretudo pela utilização de Florentino que perde na circulação e saída de bola mas ganha (em muito) na capacidade de pressão e recuperação da bola;

- Nas alas Di Maria é indiscutível. O campeão do mundo é dos poucos criativos da equipa e o que mais facilmente desmonta as defesas adversárias com uma finta, um passe ou um remate. Mas vem com um custo: obriga o resto da equipa a um esforço muito maior na recuperação da bola, já que o argentino é de longe o que pior defende. À esquerda, na ausência de Aursnes (ou de Bah para ser mais preciso), a escolha natural recaiu em João Mário que ainda capitaliza os créditos da excelente época passada. Mas a verdade é que João Mário não “casa” com Morato. Ao contrário de Di María, o português não tem capacidade de criar desequilíbrios no lado direito da defesa adversária, como foi mais uma vez evidente no passado jogo com o Rio Ave. As alternativas a estas posições parecem ser Tiago Gouveia, amiúde mais utilizado, eventualmente Rollheiser e, claro Neres, que muita falta tem feito;

- Na frente, Rafa é rei e senhor da posição de ligação ao triângulo alas-ponta de lança. Se se lesionar, Di Maria, Neres, Kokçu e até Marcos Leonardo podem fazer a posição, mas qualquer um deles oferece algo completamente diferente e obrigará o Benfica a jogar mais vezes perto da área adversária e muito menos em transição (o que, para uma equipa que não está a defender bem em bloco alto, é um problema evidente). Rafa tem sido um dos destaques da época e a sua anunciada saída vai criar a Schmidt um problema semelhante ao que encontrou com a de Grimaldo, dada a importância que tem no modelo atual de jogo da equipa. Na frente a aparente recuperação de Cabral (que ainda carece de confirmação) e a vinda de Leonardo, colocam Musa na porta de saída. Tengstedt foi solução transitória, mas dificilmente tem futuro na equipa, ainda que, reconheça-se, foi muito útil no período de recuperação e transição na pior fase da época.

Apesar de ter terminado a primeira volta com apenas menos 2 pontos que na época anterior, Schmidt e o Benfica têm hoje um (ou dois) adversários que não darão tréguas e que nos obrigarão a fazer, pelo menos, os mesmos 87 pontos que na época passada, o que significa uma brilhante segunda volta com 45 em 51 pontos possíveis. Com visitas ao Dragão e Alvalade, a margem de erro é curta. Preparem as unhas para os próximos 4 meses.

Pelo caminho temos o segundo troféu da época para ganhar na próxima semana, a Taça de Portugal com um sorteio difícil e uma Liga Europa para disputar e ajudar a passar uma esponja na péssima campanha europeia da primeira metade da época.

Comecemos então por vencer o Boavista na próxima sexta-feira e “vingar” a única derrota frente a um adversário português na presente época.

P.S. - No passado dia 12 a comunicação do Benfica deu sinal de vida (saiba mais AQUI) e fez muito bem. A ver vamos se foi caso isolado ou se vamos assistir, também fora de campo, a uma inversão estratégica. Cá estarei para acompanhar os próximos capítulos de uma época que promete ter muitos mais.


+ opinião
Bernardo Alegra
Nuno Campilho

24 Jul 2024 | 16:47

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Modelos de gestão

Gostariam que fosse de outra forma? Pois… também eu, mas prefiro optar por ser realista, dói menos.

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João Diogo Manteigas

23 Jul 2024 | 10:27

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Corte a ... Direito: Vai ficar tudo bem ...

Com base em contas de merceeiro atendendo à falta de acesso a informação fidedigna, parece-me crucial entrar nos cofres da SAD um valor a rondar 80 milhões de euros

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Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

APONTAMENTO – Vermelho e Branco: Não dá para vender Rui Costa?

Num clube onde se vende tudo, à primeira oportunidade, o parceiro estratégico não quer mais uns 10% ou quem sabe 680% ou 980%.?

26 Jul 2024 | 08:59

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Nuno Campilho
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