Lenda do Benfica dá veredito sobre polémica entre Martim Mayer e João Diogo Manteigas

António Simões esclareceu a polémica entre Martim Mayer e João Diogo Manteigas, candidatos à Presidência do Benfica. O primeiro tinha acusado o segundo de se querer juntar à sua lista para as eleições do Clube da Luz, e a lenda das águias deu por si envolvida na polémica. Contou, agora, ao jornal Record, a sua versão dos factos.

António Simões: "As declarações do Martim Mayer correspondem à verdade. Não tenho dúvidas"

"Confesso que tenho mesmo dificuldade em aceitar que eu é que tomei a iniciativa de convidar o doutor João Diogo Manteigas. Estas coisas foram consultadas por ambos. A minha influência para estarem juntos foi mínima. (...) Estive presente nesse primeiro encontro porque conheço muito bem o Martim e achei importante estar presente numa reunião em que estão duas pessoas que querem ser presidentes do Benfica. Estive presente. (...) Confesso que já não me recordo bem quem deu o primeiro passo. Ajudei a promover o encontro. (...) A marcação para estarem juntos, o dia da reunião, não fui eu que escolhi o dia. Eles já tinham falado, foi tudo organizado por ambos", começou por explicar António Simões.

A lenda do Benfica prosseguiu: "Confirmo com toda a legitimidade a minha presença nesse encontro, onde estive, e que, obviamente isso aconteceu. As declarações do Martim Mayer correspondem à verdade. Não tenho dúvidas. O que daí resultou, não sei, mas sei que depois voltaram a encontrar-se, onde foram confirmadas as reivindicações de João Diogo Manteigas, de que se, por ventura, o Martim ganhasse as eleições, que este faria parte da SAD e teria uma pessoa para as modalidades. Fui informado de tudo isso".

"Eu fui acompanhando por fora o desenrolar desta hipótese e eu próprio me interessei e perguntei ao Martim se as coisas tinham andado. Ele disse que não, pois a pessoa 'praticamente desapareceu', e disse que as 'ideias morreram'. E eu disse que foi uma pena. O que mais me surpreendeu, e até estou desgostoso, é que apertaram a mão e não houve da parte do Manteigas o respeito da palavra. Depois, mais nada aconteceu", adicionou, ainda António Simões.

O antigo jogador do Benfica terminou, com o seguinte: "O Martim Mayer tem na minha opinião, e sinto também pelas mensagens que recebo, que é um homem com legitimidade para um cargo destes. Tem um perfil para isso. E num momento em que existe uma crise, o Martim reúne as duas características que têm faltado ao Benfica nos últimos tempos: A decência, além da competência. E o Benfica precisa disso".

Recorde, aqui, o vídeo do Benfica a homenagear António Simões:

João Diogo Manteigas desmentiu ter sugerido juntar-se à lista de Martim Mayer para as eleições do Benfica. O candidato à Presidência do Clube da Luz foi, recentemente, acusado por um dos seus concorrentes, mas já respondeu, em entrevista concedida ao podcast "Visão Vermelha".

"Convinha ter ouvido tudo. Aconteceu uma reunião promovida por um senhor que tenho muito respeito, o senhor António Simões, mandatário da candidatura de Martim Mayer (...) diz-me que o Martim vai lançar a candidatura e que gostava que falasse com ele. Eu disse 'posso falar com ele, mas para quê? Para se juntar a mim'. Ele disse: 'É conveniente, pois são complementares'. Eu disse que me podia sentar à mesa com toda a gente, mas que não havia grande viabilidade", começou por explicar João Diogo Manteigas.

O candidato à Presidência do Benfica prosseguiu: "Tivemos essa reunião, mas nada sobre nos juntarmos. Ele disse que ia avançar, disse que tinha tido uma reunião com o João Noronha Lopes, salvo erro em janeiro, sobre a candidatura dele. Houve essa reunião, mas tinha decidido avançar com uma candidatura isolada e eu dei-lhe os parabéns. E disse-lhe que ia haver uma Assembleia Geral e que se quisesse íamos os dois à AG. E foi o que aconteceu. A última a que ele deve ter ido foi em 2012, quando estava nas listas do Rui Rangel".

"Há uns meses, houve um programa da CNN que disse que tinha a informação que a candidatura de Manteigas iria juntar-se à de Martim Mayer, mas não me ligaram. Nunca houve um momento em que pensássemos juntar forças. (...)Estou triste com o aproveitamento que teve na AG relativamente a mim e a Noronha Lopes. Fico com pena de António Simões, é o principal promotor da candidatura dele. Uma referência no Benfica", atirou, de seguida, João Diogo Manteigas.

Terminou, reiterando que nunca fez esse convite a Martim Mayer: "Já percebi que é estratégia política. (...) Não fica bem ao Dr. Martim Mayer dizer que teve reuniões, que isto pode sair-lhe caro. É a terceira vez que acontece. A primeira saiu nas notícias a potencial junção, depois foi Rui Santos a dizer que íamos abdicar para ele, agora isto. Eu administrador da SAD? O que anda uma pessoa a fazer um ano e tal para ser administrador da SAD do projeto de outra pessoa?".

Recorde, aqui, outra intervenção de João Diogo Manteigas:

Martim Meyer acusa João Noronha Lopes de ser sonso. Em entrevista ao Correio da Manhã, o candidato a Presidente do Benfica defende que a postura do adversário sobre a contratação de José Mourinho - que recebeu boas notícias - não foi correta, lembrando as idas a Inglaterra para assistir a jogos do Manchester United de Ruben Amorim.

Martim Meyer sobre João Noronha Lopes: “Noutras coisas é mais sonso”

"Face ao momento, aos resultados e à pressão que existia, justificou-se a tomada de decisão da saída de Lage e da contratação de outro treinador. José Mourinho é um treinador com grandes credenciais, agora tem de provar. Agora vamos ver outra perspetiva: isto acontece a 30 dias das eleições. É muito importante a componente financeira da contratação de José Mourinho”, atirou Martim Meyer.

“Foram falar sobre Ruben Amorim, e ficaram a falar sozinhos. Não gosto dessa atuação. Aquilo que eu faço é cuidar da estabilidade no Benfica. Faltavam sete jogos e o presidente do Benfica estava totalmente habilitado a tomar a decisão. Estou a referir-me diretamente a João Noronha Lopes. Revelou-se aí. Noutras coisas é mais sonso, aí revelou-se e ficou à vista de todos", acrescentou Martim Meyer.

Bónus dado por Rui Costa aos funcionários do Benfica? Martim Meyer: “Até um cego vê”

"Três perspetivas da coisa: não tenho dúvida nenhuma de que o Benfica tem ótimos colaboradores. Se recebem bónus, é certamente merecido. Os resultados, do ponto de vista financeiro, permitem ao presidente tomar esta decisão. Se me perguntarem, a um mês das eleições, se é inocente? Até um cego vê. Acho que não é preciso desenvolver muito”, considerou Martim Meyer.

“Acharia bonito fazê-lo, acho que é uma excelente ideia. Mas se estivesse no lugar de Rui Costa? Preocupar-me-ia a situação financeira estável do Benfica e explicaria às pessoas que estávamos a recuperar prejuízos do passado e que ainda não havia espaço para isso”, finalizou Martim Meyer.

Confira, aqui, um dos apoiantes de peso à campanha de Martim Mayer: