PEDRO GUERRA DEFENDE O BENFICA E ATIRA-SE AO PORTO: “FANTASIAS, FARSAS E ESQUEMAS DE CORRUPÇÃO DO PORTO”

A ordem política de um clube é algo que não é assim tão óbvio, os sócios têm os seus interesses representados democraticamente, enquanto que as claques têm a sua influência à força e os adeptos não são representados de todo. Em artigo de opinião no jornal Record, o advogado Luís Miguel Henrique argumenta que Rui Costa deve atentar a essa estrutura e não permitir que os interesses do Benfica fiquem reféns de "delinquentes".

Luís Miguel Henrique começa por estabelecer as diferenças entre os adeptos comuns (e com poucos direitos) e os sócios que pagam quotas e "têm os seus direitos e deveres devidamente definidos nos estatutos, nomeadamente o de participar nas Assembleias Gerais, eleger e destituir órgãos, apresentar propostas, intervir na discussão e votá-las, requerer a sua convocação, examinar contas e livros do clube".

No entanto, há uma terceira classe de colaborador nos clubes, as claques: "Fazem parte de grupos organizados (’GOA’), que por pressuposto legal devem estar registados no IPDJ e seguir regras específicas de conduta. São criadores de brutais coreografias, cânticos e hinos de apoio à equipa e quase sempre marcam presença em todos os jogos, independentemente do clima ou do local onde decorrem, mas em que, cada vez mais, a violência extrema e os interesses mais obscuros têm distorcido o espírito límpido, altruísta e associativo com que foram criados".

Na opinião do advogado, "a distinção entre sócio, adepto e membro de claque é essencial para compreender a dinâmica e os desafios políticos enfrentados por alguns clubes, particularmente os chamados ‘grandes’".

"Depois de Varandas e do (na altura) ainda candidato Villas-Boas terem experimentado a afronta das claques, foi a vez de Rui Costa sentir o sabor da contestação dessa ‘minoria ruidosa’ que tenta, com o seu ódio e poder que lhes foi facultado pelos próprios clubes, contaminar o processo legítimo de governação". 

Depois de Frederico Varandas os "derrotar e o Sporting sair vencedor", Luís Miguel Henrique concluiu que "para que este processo se possa consolidar e não deixar que os clubes fiquem reféns de delinquentes, é também importante que André não ceda no mais profundo e essencial, bem como que Rui Costa não vergue. O sócio que ama e respeita o seu clube agradece". 

Rui Patrício e João Medeiros, os advogados do Benfica no processo 'Saco Azul', compareceram no debate instrutório do assunto, esta terça-feira, dia 30 de abril, no Campus de Justiça, em Lisboa, onde garantiram que não existe qualquer prova capaz de confirmar o processo.

"No processo, já estava há muito tempo assumido que não havia nenhum saco azul. O que é lamentável é o senhor procurador, embora admita que não encontrou provas de nada, continue a falar em saco azul. Está a dizer uma coisa e o seu contrário. É clarinho que não há nenhuma prova. É confessado e admitido por Polícia Judiciária e Ministério Público. É importante que se deixe de chamar o processo de 'Saco Azul', pois não tem objeto há muito tempo", começou por dizer Rui Patrício à saída do local.

João Medeiros também deixou expresso a falta de provas: "Creio que ficou indesmentivelmente demonstrado que as intervenções de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira se ficaram a dever ao exercício do cargo, sem o conhecimento concreto dos contratos. Por aí, entendo que vai haver uma decisão de não pronúncia. Também me parece que ficou evidenciado que os serviços foram reais. Penso que será o suficiente para fazer cair toda a acusação".

O Ministério Público também se pronunciou no tema, indo contra os advogados encarnados: "O Ministério Público entende que há indícios suficientes de que os serviços não foram prestados e, não o sendo, não tem sentido pagá-los. Se foram pagos, só tem sentido havendo retorno de dinheiro para o Grupo Benfica. O raciocínio lógico é que o dinheiro retornou ao Benfica. De facto, não temos prova direta disso, mas é uma dedução, pois só pode ter sido assim. Para haver acusação, não preciso de ter prova certa e absoluta, basta apenas ter um raciocínio dedutivo".

"Os indícios giram sobre a questão dos serviços, mas não giram em redor da questão de saber se são prestados ou não. A questão gira em saber se os serviços são reais, o que é uma coisa diferente. Grande parte dos serviços refere-se à alta disponibilidade, que são um seguro e só são ativados quando há um sinistro. Se não houver, os serviços não são prestados, mas são reais", terminou Rui Patrício.

O Benfica está muito atento à situação de Jota Silva, avançado do Vitória de Guimarães que tem encantado os relvados portugueses. Apesar de uma ascensão diferente dos seus colegas de profissão, nunca tendo passado por nenhuma formação de clubes da Liga Portugal, a sua qualidade é inegável. O coordenador de formação do Sousense, João Cunha, conhece de perto o atleta e revelou a forma de ser do atleta, bem como se está pronto para um desafio como o Glorioso.

"Acredito que ele tivesse esta vontade, mas há muitos que sonham, mas são poucos os que chegam lá. Este crescimento repentino é sempre uma surpresa. É um atleta que vem dos distritais e isso não é fácil. É quase como uma utopia. Mas a verdade é que a forma como ele trabalha, como acredita nele e na sua potencialidade, a sua capacidade de resiliência levaram-no a chegar onde chegou. E isso vem da sua estrutura familiar, vem de um contexto de muito trabalho e humildade. E ele é isso. A maioria dos jogadores passam um ou dois anos pela formação de um clube e depois saem. Ele não, esteve quase 10 anos na formação connosco. É um dos nossos", começou por dizer em declarações ao jornal Record.

João Cunha continua abordando o regresso do atleta ao Sousense, na época 2018/2019: "O Jota sai do Paços, pois desceu à segunda divisão e decide acabar com a equipa B. Ele ficou à espera e informaram-no que a equipa B ia a acabar. Ele integrar a equipa principal do Paços nunca foi hipótese que fosse colocada em cima da mesa. Ainda chegou treinar na Sanjoanense, mas depois decidiu que o melhor passo seria mesmo regressar a um sítio onde tivesse possibilidade de jogar. Falámos com ele num dia e passado um ou dois dias aceitou logo. Sabia que aquele seria um ano importante. Sabia que apostaríamos nele, desde que demonstrasse rendimento e viu nisso uma oportunidade".

"Passa muito por aqui. Sempre que pode está cá, tem muita ligação com os amigos de cá. Tem orgulho naquilo que foi e repete muitas vezes que o Sousense o ajudou muito. Foram 10 os anos em que esteve cá, é o primeiro atleta a chegar a patamares tão elevados e ele próprio sente isso com orgulho. Por onde ele passa, todos os clubes o adoram. A humildade e forma de ele estar é algo que cativa qualquer treinador, colega. Mesmo quando não joga, é alguém muito intenso e empenhado", continua sobre o internacional português.

O coordenador de formação do Sousense termina afirmando que Jota Silva está pronto para um desafio como o Benfica ou outro clube de maior dimensão que os vimaranenses: "É um jogador que dá 200 por cento em todo o lado. Podem contar com ele para tudo".

Esta temporada, Jota Silva - avaliado em 5 milhões de euros, pelo portal Transfermarkt - alinhou em 39 partidas, pelo Vitória de Guimarães, onde apontou 15 golos e protagonizou sete assistências. Na época transata, em ano de estreia nos minhotos, foi aposta em 40 duelos, somando quatro tentos e tendo cruzado em quatro ocasiões.