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0João Diogo Manteigas tem uma visão diferente que promete 'revolucionar' as modalidades do Benfica. Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, o candidato à Presidência das águias garantiu que considera melhor "desinvestir" e passar "a apostar na formação". O Benfiquista acredita que há claramente uma situação preocupante no andebol e no futsal, que mesmo com um grande investimento, continuam a carecer de títulos.
"Há modalidades que me deixam preocupado. O futsal e o andebol são duas modalidades que me deixam muito preocupado."
Glorioso 1904 (G). Qual é o papel das modalidades na sua visão para o Benfica? Como pretende apoiar e desenvolvê-las?
João Diogo Manteigas (JDM). Pergunta difícil. Vou ser muito honesto. O Clube tem um problema financeiro tão ou mais grave que a SAD. As contas e os orçamentos do Clube, olhe, nem sei se a Direção entende que o orçamento foi aprovado no passado mês de junho, ainda não disseram nada, estamos à espera que venham dizer qualquer coisa. O Clube tem de facto um orçamento elevado para as modalidades, temos muitas modalidades e acho que se devem manter as modalidades. Temos, felizmente, um sucesso brutal naquilo que é o feminino, e, portanto, aí há pouco a fazer, parece-me que está a correr bem, não se mexe. Naquilo que corre bem, não se mexe.
Há modalidades que me deixam preocupado. O futsal e o andebol são duas modalidades que me deixam muito preocupado. O investimento é elevado, isso percebe-se. Mesmo que eu faça a divisão do orçamento, o dinheiro que é investido é elevado e não vejo esse retorno desportivo.
O voleibol é um caso de sucesso, há muito pouco a dizer, temos uma estrutura espetacular, temos um treinador espetacular e, portanto, tem vindo a fazer as alterações sempre com sucesso e o Benfica é dominador no voleibol. No futsal, de facto, temos ali um problema para resolver, que é resolvido com formação. De uma vez por todas o Benfica, se calhar, é melhor desinvestir, apostar na formação, meter miúdos a jogar, nunca acabar com a modalidade.
" De uma vez por todas o Benfica, se calhar, é melhor desinvestir, apostar na formação, meter miúdos a jogar, nunca acabar com a modalidade."
O andebol é mais complexo. Não somos campeões desde 2008, é verdade, ganhámos uma taça pelo meio, a Taça EHF, que é de extrema importância, que é um ícone internacional, mas mesmo assim não há estabilidade absolutamente nenhuma no andebol. Mais a mais, tivemos um caso grave, enfim, até judicial, relacionado com o andebol e que causa ainda alguma celeuma, isso é visível nas Assembleias Gerais. Há muitas pessoas, há muitos sócios que vão lá perguntar o que é que se passa com o andebol, como é que está o processo do andebol, houve despedimentos no andebol, e, portanto, alguma coisa tem que ser feita relativamente ao futsal e ao andebol. Não podem continuar assim.
O hóquei e o basquetebol são duas modalidades que vão ganhando, têm estabilidade. Nós temos contratado valores, ainda agora fui ver o basquetebol contra o Real Madrid, em Badajoz, temos ali jogadores que são interessantes, fizemos ali algumas contratações caras, percebe-se. Mas quer dizer, a nossa realidade não é a realidade de Espanha. O Benfica consegue ter uma equipa competitiva, e que pode baixar ali o custo competitivo em Portugal. No hóquei, e o Benfica é uma referência mundial, quer dizer, sempre tivemos os melhores jogadores do mundo no Benfica, o nosso campeonato é dos melhores do mundo também, mas falta alguma coisa transversal nas modalidades, temos pouca formação, muito honestamente. Vejo isso no feminino, que é engraçado. Nas modalidades do feminino, apostamos muito na formação, se calhar até por uma necessidade de falta de investimento, não há dinheiro, não há receita, não há patrocinadores.
Não vejo isso replicado no modelo dos masculinos. Vejo muito investimento, muito rápido, e não vejo a relação com quem patrocina as modalidades, e não vejo qual é a relação, não consigo ver o ganho que esses patrocinadores têm, porque não há sucesso desportivo, sobretudo naquelas modalidades.
G. O Benfica tem um orçamento bastante superior aos principais rivais nas várias modalidades. Contudo, os resultados não são condizentes com o nível de investimento. Como pretende alterar esta situação?
JDM. Desinvestir naquilo que são as contratações pesadas e caras. Vou-lhe dar um exemplo. O hóquei, agora, que é uma modalidade em que não estamos mal, contrata dois jogadores, um deles é um regresso ao Benfica, mas contrata um jogador conhecidíssimo, muito bom, por um milhão de euros a cinco anos, salvo erro. Há que perceber qual é a necessidade. É verdade que é uma referência, é um ótimo jogador, ninguém coloca isso em causa. Mas a projeção e o projeto desportivo passa por ter jogadores de identidade do Benfica, que conheçam a casa, que vão progredindo. Damos essa oportunidade e eles de certeza vão reembolsar-nos desportivamente, por assim dizer, da oportunidade que lhes demos. Portanto, a mesma premissa que é aplicada no futebol tem que ser também nas modalidades.
Portanto, a formação é a base de tudo e nós temos que promover esses jogadores. O Benfica tem que ter jogadores a nível internacional com essa chancela, com a marca Benfica. Isso em determinadas modalidades não se faz, o que me leva à dúvida sobre o dinheiro (investido).
"A formação é a base de tudo e nós temos que promover esses jogadores"
O Benfica quando tem que contratar esses jogadores, esses atletas têm que ter financiamento em algum lado. O Benfica, Clube, que é quem gera as modalidades, não é uma estrutura societária. Portanto, aquilo anda tudo à volta de receitas de liberalidades e donativos, patrocínios.
Portanto, o orçamento do Benfica Clube tem que ser feito com base na projeção de receitas que vai ter a nível de patrocínios. Isto é um bocado estranho. Nós criamos, efetivamente, uma estrutura mais profissionalizada. Já nem digo modelo de gestão, porque não sei qual é o modelo de gestão das modalidades. Já pedi muitas vezes ao Benfica para me explicar qual é o modelo de gestão aplicado hoje nas modalidades. Nunca me deram, nunca mostraram, não faço ideia de qual é que é.
Sei que há team managers, sei que há diretores intermédios, mas não sei quem que manda em quem, quem que gera quem, não faço ideia. Portanto, como não há essa transparência, tenho muita dificuldade em responder-lhe se é sustentável. No final do dia, acho que não é sustentável. Porquê?
Porque olho para as contas do Clube, olho para as contas do Clube e vejo que o buraco financeiro é enorme. Portanto, aquilo também não é rentável, não gera receita para pagar a despesa. E continuo a ver que o investimento é grande, em contratações de atletas já consumados, já profissionalizados… o dinheiro vem de onde?
G. Tem planos para expandir as modalidades praticadas pelo clube?
JDM. Tenho. O que gostava era que houvesse uma maior ligação entre aquilo que é o feminino e o masculino para perceber até conceitos de modelo de gestão. Vamos lá ver, estamos sempre confrontados com a questão do ciclismo, por exemplo, aquela modalidade que devia reaparecer, temos esse símbolo até completamente definido e é público, mas enquanto não entramos lá, não reestruturarmos tudo, temos pelo menos de estancar a hemorragia que acontece no financeiro, que é pensar porque é no Clube.. Primeiro temos que reorganizar o modelo, metê-lo a funcionar e depois disso conseguimos pensar numa expansão, mas enquanto não conseguimos estabilizar o que é necessário estabilizar, não vale a pena pensar em expansão. Temos que aguentar o Benfica de forma a que o Benfica continue a ganhar. Há aqui coisas pontuais que podem ser feitas. No futsal e no andebol é perfeitamente possível fazê-lo.
Agora, precisamos de tempo também, não é? Mas não estou aqui a dizer que precisamos de oito ou 12 anos. Quatro anos é perfeitamente suficiente para conseguirmos mostrar que é perfeitamente possível ter uma gestão diferente.
"Enquanto não conseguimos estabilizar o que é necessário estabilizar, não vale a pena pensar em expansão"
Confira aqui as declarações de João Diogo Manteigas:
Entrevista exclusiva de João Diogo Manteigas ao Glorioso 1904:
- Parte 1: Exclusivo Glorioso 1904 - “Tenho a certeza que Noronha Lopes e Benitez vão-me apoiar”
Clube da Luz deu conta da novidade através dos meios de comunicação, esta segunda-feira, com o vice-presidente das águias a prestar declarações
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0É oficial: com Rui Costa no comando, o Benfica assinou mais um 'negócio'. O Clube da Luz e a Europcar oficializaram, esta segunda-feira, 28 de outubro, uma nova parceria, rubricando um novo acordo. A marca líder no sector do aluguer de automóveis em Portugal vai patrocinar a equipa de futebol feminino das águias, com o vínculo a estender-se pelas próximas duas épocas desportivas.
"O acordo foi assinado numa cerimónia que contou com a presença de Fernando Tavares, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, e Isabel Martínez, Head of Country em Portugal e Deputy Manager Director da Ibéria do Europcar Mobility Group", pode ler-se no comunicado das águias.
"Significa muito para nós esta parceria; desde já agradeço à administração da Europcar pela aposta no Benfica, agora também numa ligação mais estreita no apoio à equipa feminina de futebol, na qual o Clube investe e acredita muito. É um projeto recente, estamos apenas na sétima época de atividade desportiva, mas de grande crescimento", começou por dizer Fernando Tavares.
Fernando Tavares: Todos os parceiros que se juntam a nós contribuem para o seu crescimento
"Todos os parceiros que se juntam a nós contribuem para o seu crescimento. A Europcar é uma empresa líder, e esperamos que ambas as partes ganhem com esta parceria, sendo certo que através do futebol feminino é já possível um bom impacto na exposição de marca", atirou o vice-presidente do Benfica.
Isabel Martínez também não escondeu o contentamento pela parceria com o Benfica: "Estamos muito felizes por reforçar a nossa ligação com um clube tão icónico como o Benfica, especialmente numa área tão importante como o futebol feminino, que continua a crescer e a conquistar o seu merecido espaço".
Recorde-se que, no que toca ao calendário das Inspiradoras, depois do triunfo frente ao Vilaverdense (0-4), a turma de Filipa Patão volta aos relvados no próximo dia 3 de novembro, para receber o Damaiense. O jogo, que vai contar para a sétima jornada da Liga BPI, está agendado para as 15h00.
Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Clube da Luz garante que a 'parte três' será marcada dentro do prazo de 30 dias
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0José Pereira da Costa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, aparentou estar satisfeito com o desenrolar da reunião magna extraordinária, apesar de ter revelado que haverá uma 'parte três' para a conclusão da dita, que não chegou ao fim no passado sábado.
"Haverá, pelo menos, mais uma reunião para debater os artigos na especialidade. Daqui para a frente entraremos um pouco no modelo de governação e processo deliberativo do Benfica. Há artigos que têm efeito escada, de bola de neve. Há propostas que, votando um artigo, caem outros. Estou em crer que na continuação da assembleia geral se pode finalizar o processo. Se não se finalizar marcar-se-á outra", começou por afirmar.
Daqui para a frente entraremos um pouco no modelo de governação e processo deliberativo do Benfica. Há artigos que têm efeito escada, de bola de neve
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica destacou também o "compromisso de tentar marcar em 30 dias" a próxima parte da AGE. "Sabemos o problema que foi marcar esta, encontrar um buraco no calendário não foi fácil. Em novembro encontraremos esse dia. Vamos votar a segunda parte da proposta o mais depressa possível", concluiu José Pereira da Costa.
Na reunião magna do passado sábado, recorde-se, analisou-se e foi a votação desde o artigo 23 ao 50, sendo que ainda não existe data para a nova AGE. Vale destacar que o artigo 49, que está relacionado com os mandatos, foi a votos e as propostas de alteração não foram aprovadas pelos Sócios presentes no Pavilhão n.º 1 da Luz, neste sábado, 26 de outubro. É de referir que o encerramento oficial da AGE estava agendado para as 20h30, sendo que a votação terminou no artigo 50, dando por concluído os trabalhos deste sábado.
É importante ainda salientar que os ânimos chegaram a exaltar-se quando a discussão do artigo 47 decorria. Além disso, também, o artigo 45 gerou muita discussão entre os Benfiquistas. Destaca-se a aprovação dos direitos dos Sócios, na manhã de ontem.
Águias retomaram os trabalhos da reunião magna, este sábado, 26 de outubro, depois de ter sido adiada no mês de setembro
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0A Assembleia Geral do Benfica retomou os trabalhos, este sábado, 26 de outubro, depois do adiamento da reunião magna inicial, no mês de setembro. Contudo, segundo as mais recentes informações, não será hoje que ficará concluída.
As novidades sobre a AG do Benfica apontam para o facto de ainda existiram muitos artigos em discussão. Nesse sentido, espera-se que a reunião magna possa ser agendada para outro dia de forma a proceder à discussão dos restantes artigos dos Estatutos. Na reunião magna de hoje, analisou-se e foi a votação desde o artigo 23 ao 50, sendo que ainda não existe data para a nova AG.
Vale destacar que o artigo 49, que está relacionado com os mandatos, foi a votos e as propostas de alteração não foram aprovadas pelos Sócios presentes no Pavilhão n.º 1 da Luz, neste sábado, 26 de outubro. É de referir que o encerramento oficial dos trabalhos da AG estava agendada para as 20h30, sendo que a votação terminou no artigo 50, dando por concluído os trabalhos deste sábado.
É importante ainda salientar que os ânimos chegaram a exaltar-se quando a discussão do artigo 47 decorria. Além disso, também, o artigo 45 gerou muita discussão entre os Benfiquistas. Destaca-se a aprovação dos direitos dos Sócios, na manhã de hoje.
Recorde-se que, em véspera da Assembleia Geral do Clube da Luz, o movimento liderado por Francisco Benitez apelou ao fim do direito de voto nas Casas do Benfica. Neste sentido, o Servir o Benfica pretendia prosseguir com esta alteração nos Estatutos.