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0Menos de uma semana depois, os Sócios do Benfica voltaram a reunir-se em mais uma Assembleia Geral, tendo agora chumbado, na passada sexta-feira, o Relatório e Contas do Clube da Luz referente à temporada transata (2023/24), com 53,63% de votos contra e 46,37% a favor.
Com 1.129 Sócios presentes na Assembleia Geral, Rui Costa viu as contas do Benfica serem reprovadas pela massa associativa - com 53,63% de votos contra e 46,37% a favor - com os encarnados a presentarem um resultado líquido negativo de 21,1 milhões de euros. De acordo com a justificação dada no relatório, este valor deve-se à aplicação do Método de Equivalência Patrimonial (MEP) das participadas, em particular a SAD.
"Um resultado que não é bom, que não queremos que se repita, que embora tenha a sua justificação não voltará a acontecer"
Rui Costa reagiu ao resultado apresentado, garantindo que "embora tenha a sua justificação, não voltará a acontecer". "Um resultado que não é bom, que não queremos que se repita, que embora tenha a sua justificação não voltará a acontecer", atirou o Presidente das águias.
Assim, os associados do Clube foram chamados a votar o Relatório de Gestão e Contas do último exercício, em que o Benfica apresentou 21,1 milhões de euros de resultado líquido negativo, representando um decréscimo de 23,4 milhões face ao período homólogo anterior.
De destacar que, a reunião magna, que decorreu no Pavilhão Fidelidade, acabou por ser conduzida pelo novo presidente da Mesa, José Pereira da Costa. Recorde-se que, na última Assembleia Geral Fernando Seara pediu a demissão.
Sócios do Glorioso voltaram a deslocar-se ao Pavilhão N.º 1 do para marcar presença em mais uma Assembleia Geral Ordinária
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0Os Sócios do Benfica voltaram, na passada sexta-feira, a reunir-se no Pavilhão N.º1 do Estádio da Luz para uma nova Assembleia Geral. João Noronha Lopes, antigo candidato à Presidência do Clube, acabou por tecer duras críticas a Rui Costa, destacando a falta de rigor na gestão e garantindo que, face ao Relatório e Contas apresentado, existe um "descontrolo, que não é de hoje".
"Na SAD, as contas mostram um desequilíbrio de curto prazo muito superior a 100 M€. Não há contas certas quando não há controlo. No início do mandato prometeu uma gestão financeira equilibrada com foco no sucesso desportivo. Hoje em dia não temos uma coisa nem outra", começou por mencionar o Benfiquista.
"A palavra que melhor define este Relatório e Contas é descontrolo, que não é de hoje"
"Assistimos a sinais preocupantes de organização interna. Senhor presidente, não será o passado a tornar o Benfica cada vez maior. Precisamos de visão e estratégia para o futuro. Os benfiquistas querem saber onde queremos estar daqui a 5 ou 10 anos. Como podemos crescer de forma sustentável? Como podemos garantir a competitividade? Qual é o plano reverter este processo de desvalorização? Estas perguntas exigem resposta. Hoje há um vazio provocado pela ausência de liderança do Benfica em discussões centrais do futebol português. Não podemos ficar à mercê de decisões que não sejam do nosso interesse, como nos direitos televisivos", atirou Noronha Lopes.
"O Benfica tem de ser líder e nunca um seguidor. Aos recados do presidente da Liga sobre os direitos televisivos devemos responder sem hesitações: o Benfica não aceita paternalismos de ninguém (aplausos) e deve ocupar o espaço no futebol português à medida da sua grandeza e da contribuição para a indústria do futebol. Nunca saindo enfraquecidos de qualquer negociação futura porque, senhor presidente, não podemos ser rápidos a desmentir notícias de jornais e ficar calados quando o momento exige uma resposta", disse o Sócio do Glorioso.
"O nosso futuro constrói-se com uma liderança forte, com uma visão clara, com uma estratégia de longo prazo e com as melhores pessoas do nosso lado. É isso que nós benfiquistas esperamos. Todos queremos muito ganhar e estaremos daqui para a frente todos com Bruno Lage e com a equipa até ao Marquês, sempre tendo presentes as palavras de Cosme Damião: ‘não somos benfiquistas de coração porque esse um dia pára, somos benfiquistas de alma porque essa é eterna’", concluiu Noronha Lopes.
Jornalista considera que atual dirigente do Clube encarnado está a ser "caçado" por Vieira e Luís Mendes
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0José Manuel Delgado, redator principal do jornal A Bola, num artigo de opinião publicado, comentou a oposição que existe no Benfica contra Rui Costa e as entrevistas de Luís Filipe Vieira e Luís Mendes contra o Presidente do Clube encarnado.
"Duas entrevistas recentes, a primeira de Luís Filipe Vieira, que durante mais de uma década afirmou estar em Rui Costa a pessoa ideal para suceder-lhe na Luz; e outra, de ontem, de Luís Mendes, ex-vice-presidente recém-demissionário, que chegou à Luz precisamente pela mão de Rui Costa, e na qualidade de pessoa de confiança do líder encarnado, funcionaram como uma espécie de abertura de caça ao antigo 10. Curiosamente, nesta fase, Rui Costa é acusado por Luís Filipe Vieira de ter desvirtuado o projeto que este vinha erguendo desde 2003; e Luís Mendes acusa-o de ter dado a mão ao chamado vieirismo, colocando Rui Costa numa posição de ser preso por ter cão e por não ter", começa por dizer o redator.
"Deste estado de coisas, em que da parte de Vieira foram consideradas indesejadas pessoas que trabalham no Benfica, o mesmo acontecendo com Luís Mendes (coincidentes em relação a algumas, curiosamente), parece estar a ser poupado algum trabalho de desgaste e alguma retórica à oposição ‘tradicional’, que se apresenta com ideias mais extremas através de Francisco Benitez (que tem vindo, em abono da verdade, a temperar o discurso, e a procurar, até, posições de consenso, como no caso dos estatutos), e sob as vestes da tecnocracia, no que diz respeito a Noronha Lopes", acrescentou José Manuel Delgado.
"Perde para qualquer candidato, até para Vieira"
"Com o campeonato ainda no primeiro terço, a equipa a dar sinais de recuperação pontual e exibicional, ultrapassada que foi a fase Schmidt e em grande parte feitas as pazes com o Terceiro Anel, não será risco demasiado para a oposição atirar o clube para uma crise social (deixando, imagine-se, Rui Costa numa situação entre a espada e a parede em que se vê obrigado a fazer uma fuga para a frente) que pode atingi-los em efeito ‘boomerang’? Todos os sócios e respetivos staffs atrás nomeados não são Benfiquistas de aviário, seguem o clube há muitos anos, e sabem perfeitamente que uma coisa é ‘ganhar’ uma AG, onde se reúnem dois ou três mil sócios, outra completamente diferente é ganhar eleições com 40 mil votantes, sendo que, neste particular, a ‘morte eleitoral’ de Rui Costa anunciada por Luís Mendes - «perde para qualquer candidato, até para Vieira», disse -, arrisca-se a ser manifestamente exagerada", concluiu o redator
Antigo candidato à presidência do eterno rival das águias considera que os encarnados estão numa situação financeira complicada
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0José Maria Ricciardi já respondeu às acusações de Luís Mendes sobre um esquema que favorecia o Sporting e prejudicava o Benfica. Segundo o antigo administrador do BES, a reestruturação financeira a que os leões tiveram acesso foi proposta ao Clube da Luz, mas a resposta foi negativa.
"Reestruturação financeira do Sporting, que veio resultar nos VMOC, foi proposta ao Benfica"
"Diz o senhor Luís Mendes que o Sporting foi beneficiado pelos bancos. Na altura, tratei desse processo quando estava no Banco Espírito Santo Investimentos, um processo que também envolveu o Banco Comercial Português Investimentos (BCP)”, começa por explicar José Maria Ricciardi.
“A reestruturação financeira do Sporting, que veio resultar nos VMOC, foi proposta na altura ao Benfica. Perguntámos se estavam interessados, e a resposta dada foi que o Benfica não precisava de nada pois estava com muito dinheiro. Foi por este motivo que não foi feito o mesmo em relação ao Benfica. O sr. Luís Mendes não se venha queixar pois na altura não o quiseram fazer", afirma José Maria Ricciardi.
"Só não fizemos o mesmo ao Benfica porque não quiseram, disseram que tinham muito dinheiro"
“Compreendo que diga isto agora pois o Benfica está numa situação financeira complicada, pois terá de pagar mais de 100 milhões no prazo de um ano. É uma situação muito difícil, mas é um problema que não tem nada a ver com este assunto. Repito, só não fizemos o mesmo ao Benfica porque não quiseram, disseram que tinham muito dinheiro e não precisavam de reestruturação alguma por isso agora não se venham queixar", defende José Maria Ricciardi.
"Tanto o BCP, que era o maior credor do Sporting, como o Novo Banco, tinham créditos, dos quais se desejavam livrar e por isso negociaram. Frederico Varandas e Francisco Salgado Zenha conseguiram este acordo e o mérito é deles, não venha agora o Benfica dizer que foi prejudicado. Os bancos chegaram a este acordo pois chegaram à conclusão de que era melhor receber isto do que não receber nada. Repito, esta reestruturação financeira foi feita a pedido dos órgãos sociais do Sporting e também apresentada ao Benfica que na altura não quis", finaliza José Maria Ricciardi.