O analista e olheiro de futebol Rui Malheiro, num artigo escrito para o jornal Record, olhou à nova vida de João Mário no Benfica, depois de Schmidt trocar para um sistema de três defesas-centrais. É de recordar que tanto com Rúben Amorim como com Jorge Jesus, o médio já desempenhou funções neste desenho tático.
"Presos à inexequível possibilidade de encontrar um émulo de Enzo Fernández, um médio-centro completíssimo, os apaniguados rubros e a crítica têm sido profundamente exigentes e castigadores com Orkun Kökçü. A recente lesão do internacional turco, que só deverá voltar à competição após a paragem de novembro para compromissos das seleções, desarrolhou o peso incontornável que já possui nos processos de construção e de criação do Benfica, pois domina como poucos a arte dos passes progressivos", começa o especialista, destacando o vazio deixado por Enzo Fernández.
"Algo que Florentino, Aursnes e João Neves, apesar das certezas e da segurança do último no capítulo do passe (ainda que de menor risco e com menos propriedades na progressão), opções como médios-centro ante a Real Sociedad e o Casa Pia, não conseguem preencher, mesmo que afiancem evidentes mais-valias a nível defensivo, aspeto em que o turco mais se distancia do argentino e dos seus colegas de equipa", fundamentou, tendo em conta as qualidades de cada jogador.
"Por isso, Roger Schmidt apostou, ao mudar a estrutura para 3x4x3, em devolver João Mário ao corredor central do meio-campo como ponto de partida. Se o criativo virtuoso, com um pé direito de veludo, vinha a realizar como médio-ala uma época muito abaixo da anterior – independentemente do golo de bandeira apontado ao Casa Pia –, parecendo, principalmente no universo Champions, estar num ritmo inferior ao dos antagonistas, o que lhe subtraía a intensidade cerebral que o caracteriza, em Arouca, como médio-centro de perfil ofensivo, ofertou, à sua medida, os atributos nos passes progressivos que caraterizam Kökçü, o que se manifestou decretório para que o Benfica assaltasse zonas de finalização com mais contundência." termina, tendo em conta a nova vida de João Mário no Benfica.
Na última temporada, João Mário – avaliado em 14 milhões de euros – alinhou em 51 partidas, onde marcou 23 golos e registou 13 assistências, os melhore números da sua carreira. Esta época, o meio-campista soma 13 jogos (840 minutos) e dois golos.
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