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João Diogo Manteigas lança comunicado sobre revisão dos Estatutos do Benfica: "Questiono..."

Jurista português deixou algumas dúvidas na nota referente ao processo

João Diogo Manteigas lança comunicado sobre revisão dos Estatutos do Benfica
João Diogo Manteigas lança comunicado sobre revisão dos Estatutos do Benfica

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João Diogo Manteigas, nome apontado como o próximo adversário de Rui Costa nas eleições do Benfica, lançou um manifesto relativamente ao processo de revisão dos Estatutos. 


"No passado dia 5 de Agosto de 2024, manifestei-vos diretamente a minha preocupação sobre a necessidade do cumprimento integral dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica (SLB), nomeadamente, quanto aos prazos relacionados com o processo de revisão estatutária que se encontra em curso. Tais prazos e condições estatutárias complementares devem ser respeitados, integralmente, pelos membros dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, não obstante o facto de se saudar a promoção de reuniões com vista à obtenção de consensos e convergências quanto a esta matéria", começou por escrever. 


O jurista português dá, então, a conhecer algumas dúvidas relativamente às declarações de Jaime Antunes sobre o processo da revisão estatutária. 


"A transparência que é exigida, pelo artigo 41.º dos Estatutos, a todos os membros dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica no exercício das suas funções, faz com que tenha que ser necessariamente esclarecido se o prazo previsto no n.º 2 do artigo 81.º da carta magna benfiquista vai ser cumprido integralmente, ou seja, se a convocatória para a Assembleia Geral para debate e aprovação das alterações em causa irá ser publicada dentro dos sessenta dias contados desde o dia 15 de Junho de 2024 (que termina hoje)"

"Apesar do meu aplauso pela indicação de que existe a “forte possibilidade de se concretizar uma proposta comum” dos Estatutos, também resultou das palavras do Vice-Presidente Jaime Antunes na entrevista concedida que o Presidente da Mesa de Assembleia Geral alargou o prazo da convocação da necessária Assembleia “para dar tempo a esta revisão de consenso” e que 'a partir do final deste mês, ele terá todos os dados para poder convocar a AG [Extraordinária] onde se vão poder discutir os Estatutos e aprová-los'"


"Questiono: foram os interessados e participantes nas reuniões com o Sport Lisboa e Benfica informados da intenção de alargamento de tal prazo?", acrescentou ainda João Diogo Manteigas. 

"Para além das evidentes formalidades estatutárias que devem ser escrupulosamente cumpridas, não entendem os representantes do Sport Lisboa e Benfica que os seus consócios têm expetativas que pretendem ver preenchidas?", referiu o Sócio encarnado. 

"Para além da sua máxima importância, é para todos evidente e notório que o processo de revisão estatutária corre em paralelo e de forma independente com todos os assuntos, mais ou menos relevantes, da vida do Clube ou das sociedades suas participadas. É um processo supremo, diz respeito diretamente à vida associativa e carece de ser atualizado há 14 anos" concluiu João Diogo Manteigas. 

Num outro tópico, confira aqui as declarações de Roger Schmidt na antevisão do Benfica - Casa Pia, sobre os rumores de Sérgio Conceição:


Clube

Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas prepara 'revolução' no Benfica: "Desinvestir naquilo que são as contratações caras"

Em conversa com o nosso Jornal, o candidato à Presidência abordou vários temas, nomeadamente a carência de títulos face ao investimento do Clube

João Diogo Manteigas analisou as modalidades do Benfica, neste Exclusivo Glorioso 1904
João Diogo Manteigas analisou as modalidades do Benfica, neste Exclusivo Glorioso 1904

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João Diogo Manteigas tem uma visão diferente que promete 'revolucionar' as modalidades do Benfica. Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, o candidato à Presidência das águias garantiu que considera melhor "desinvestir" e passar "a apostar na formação". O Benfiquista acredita que há claramente uma situação preocupante no andebol e no futsal, que mesmo com um grande investimento, continuam a carecer de títulos.


"Há modalidades que me deixam preocupado. O futsal e o andebol são duas modalidades que me deixam muito preocupado."


Glorioso 1904 (G). Qual é o papel das modalidades na sua visão para o Benfica? Como pretende apoiar e desenvolvê-las?


João Diogo Manteigas (JDM). Pergunta difícil. Vou ser muito honesto. O Clube tem um problema financeiro tão ou mais grave que a SAD. As contas e os orçamentos do Clube, olhe, nem sei se a Direção entende que o orçamento foi aprovado no passado mês de junho, ainda não disseram nada, estamos à espera que venham dizer qualquer coisa. O Clube tem de facto um orçamento elevado para as modalidades, temos muitas modalidades e acho que se devem manter as modalidades. Temos, felizmente, um sucesso brutal naquilo que é o feminino, e, portanto, aí há pouco a fazer, parece-me que está a correr bem, não se mexe. Naquilo que corre bem, não se mexe.

Há modalidades que me deixam preocupado. O futsal e o andebol são duas modalidades que me deixam muito preocupado. O investimento é elevado, isso percebe-se. Mesmo que eu faça a divisão do orçamento, o dinheiro que é investido é elevado e não vejo esse retorno desportivo.


O voleibol é um caso de sucesso, há muito pouco a dizer, temos uma estrutura espetacular, temos um treinador espetacular e, portanto, tem vindo a fazer as alterações sempre com sucesso e o Benfica é dominador no voleibol. No futsal, de facto, temos ali um problema para resolver, que é resolvido com formação. De uma vez por todas o Benfica, se calhar, é melhor desinvestir, apostar na formação, meter miúdos a jogar, nunca acabar com a modalidade.

" De uma vez por todas o Benfica, se calhar, é melhor desinvestir, apostar na formação, meter miúdos a jogar, nunca acabar com a modalidade."

O andebol é mais complexo. Não somos campeões desde 2008, é verdade, ganhámos uma taça pelo meio, a Taça EHF, que é de extrema importância, que é um ícone internacional, mas mesmo assim não há estabilidade absolutamente nenhuma no andebol. Mais a mais, tivemos um caso grave, enfim, até judicial, relacionado com o andebol e que causa ainda alguma celeuma, isso é visível nas Assembleias Gerais. Há muitas pessoas, há muitos sócios que vão lá perguntar o que é que se passa com o andebol, como é que está o processo do andebol, houve despedimentos no andebol, e, portanto, alguma coisa tem que ser feita relativamente ao futsal e ao andebol. Não podem continuar assim.

O hóquei e o basquetebol são duas modalidades que vão ganhando, têm estabilidade. Nós temos contratado valores, ainda agora fui ver o basquetebol contra o Real Madrid, em Badajoz, temos ali jogadores que são interessantes, fizemos ali algumas contratações caras, percebe-se. Mas quer dizer, a nossa realidade não é a realidade de Espanha. O Benfica consegue ter uma equipa competitiva, e que pode baixar ali o custo competitivo em Portugal. No hóquei, e o Benfica é uma referência mundial, quer dizer, sempre tivemos os melhores jogadores do mundo no Benfica, o nosso campeonato é dos melhores do mundo também, mas falta alguma coisa transversal nas modalidades, temos pouca formação, muito honestamente. Vejo isso no feminino, que é engraçado. Nas modalidades do feminino, apostamos muito na formação, se calhar até por uma necessidade de falta de investimento, não há dinheiro, não há receita, não há patrocinadores.

Não vejo isso replicado no modelo dos masculinos. Vejo muito investimento, muito rápido, e não vejo a relação com quem patrocina as modalidades, e não vejo qual é a relação, não consigo ver o ganho que esses patrocinadores têm, porque não há sucesso desportivo, sobretudo naquelas modalidades.

G. O Benfica tem um orçamento bastante superior aos principais rivais nas várias modalidades. Contudo, os resultados não são condizentes com o nível de investimento. Como pretende alterar esta situação?

JDM. Desinvestir naquilo que são as contratações pesadas e caras. Vou-lhe dar um exemplo. O hóquei, agora, que é uma modalidade em que não estamos mal, contrata dois jogadores, um deles é um regresso ao Benfica, mas contrata um jogador conhecidíssimo, muito bom, por um milhão de euros a cinco anos, salvo erro. Há que perceber qual é a necessidade. É verdade que é uma referência, é um ótimo jogador, ninguém coloca isso em causa. Mas a projeção e o projeto desportivo passa por ter jogadores de identidade do Benfica, que conheçam a casa, que vão progredindo. Damos essa oportunidade e eles de certeza vão reembolsar-nos desportivamente, por assim dizer, da oportunidade que lhes demos. Portanto, a mesma premissa que é aplicada no futebol tem que ser também nas modalidades.

Portanto, a formação é a base de tudo e nós temos que promover esses jogadores. O Benfica tem que ter jogadores a nível internacional com essa chancela, com a marca Benfica. Isso em determinadas modalidades não se faz, o que me leva à dúvida sobre o dinheiro (investido).

"A formação é a base de tudo e nós temos que promover esses jogadores"

O Benfica quando tem que contratar esses jogadores, esses atletas têm que ter financiamento em algum lado. O Benfica, Clube, que é quem gera as modalidades, não é uma estrutura societária. Portanto, aquilo anda tudo à volta de receitas de liberalidades e donativos, patrocínios.

Portanto, o orçamento do Benfica Clube tem que ser feito com base na projeção de receitas que vai ter a nível de patrocínios. Isto é um bocado estranho. Nós criamos, efetivamente, uma estrutura mais profissionalizada. Já nem digo modelo de gestão, porque não sei qual é o modelo de gestão das modalidades. Já pedi muitas vezes ao Benfica para me explicar qual é o modelo de gestão aplicado hoje nas modalidades. Nunca me deram, nunca mostraram, não faço ideia de qual é que é.

Sei que há team managers, sei que há diretores intermédios, mas não sei quem que manda em quem, quem que gera quem, não faço ideia. Portanto, como não há essa transparência, tenho muita dificuldade em responder-lhe se é sustentável. No final do dia, acho que não é sustentável. Porquê?

Porque olho para as contas do Clube, olho para as contas do Clube e vejo que o buraco financeiro é enorme. Portanto, aquilo também não é rentável, não gera receita para pagar a despesa. E continuo a ver que o investimento é grande, em contratações de atletas já consumados, já profissionalizados… o dinheiro vem de onde?

G. Tem planos para expandir as modalidades praticadas pelo clube?

JDM. Tenho. O que gostava era que houvesse uma maior ligação entre aquilo que é o feminino e o masculino para perceber até conceitos de modelo de gestão. Vamos lá ver, estamos sempre confrontados com a questão do ciclismo, por exemplo, aquela modalidade que devia reaparecer, temos esse símbolo até completamente definido e é público, mas enquanto não entramos lá, não reestruturarmos tudo, temos pelo menos de estancar a hemorragia que acontece no financeiro, que é pensar porque é no Clube.. Primeiro temos que reorganizar o modelo, metê-lo a funcionar e depois disso conseguimos pensar numa expansão, mas enquanto não conseguimos estabilizar o que é necessário estabilizar, não vale a pena pensar em expansão. Temos que aguentar o Benfica de forma a que o Benfica continue a ganhar. Há aqui coisas pontuais que podem ser feitas. No futsal e no andebol é perfeitamente possível fazê-lo.

Agora, precisamos de tempo também, não é? Mas não estou aqui a dizer que precisamos de oito ou 12 anos. Quatro anos é perfeitamente suficiente para conseguirmos mostrar que é perfeitamente possível ter uma gestão diferente. 

"Enquanto não conseguimos estabilizar o que é necessário estabilizar, não vale a pena pensar em expansão"

Confira aqui as declarações de João Diogo Manteigas: 


Entrevista exclusiva de João Diogo Manteigas ao Glorioso 1904:

 - Parte 1: Exclusivo Glorioso 1904 - “Tenho a certeza que Noronha Lopes e Benitez vão-me apoiar”

 - Parte 2: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas: “Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte”

- Parte 3: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”

- Parte 4: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas perentório: “Seria fácil manter João Neves no Benfica”

- Parte 5: Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas prepara 'revolução' no Benfica: "Desinvestir naquilo que são as contratações caras"

 - Parte 6: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)

 - Parte 7: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)

- Parte 8: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)


Clube

Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas perentório: “Seria fácil manter João Neves no Benfica”

Na primeira grande entrevista enquanto candidato à Presidência dos encarnados, advogado abordou também casos de Enzo Fernández e relação com empresários, nomeadamente Jorge Mendes

Em conversa com o Glorioso 1904, em exclusivo, João Diogo Manteigas afirmou que seria fácil manter João Neves no Benfica
Em conversa com o Glorioso 1904, em exclusivo, João Diogo Manteigas afirmou que seria fácil manter João Neves no Benfica

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Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas defende que o Benfica não deveria ter vendido João Neves. Já enquanto candidato à Presidência do Clube da Luz, o advogado falou também da saída de Enzo Fernández, bem como da relação com os empresários, com destaque para Jorge Mendes.



 “Seria fácil manter João Neves”.


Glorioso (G). No lugar de Rui Costa, teria vendido João Neves?


João Diogo Manteigas (JDM). Não teria vendido João Neves. Faria tudo para o manter porque é único, fruto do seu perfil, da sua juventude e daquilo que representava para o Benfica. É uma questão de identidade.

Hoje em dia, o futebol não é como antigamente, aliás nem é como quando comecei a trabalhar. Até aí, já era denominado como um pouco antiquado em termos de comércio. Vejam que, por exemplo, no fecho deste mercado, registou-se o segundo maior volume de vendas de sempre. O futebol é um setor comercial como outro qualquer.

Há jogadores que são diferentes. O João Neves era daqueles jogadores em que, em termos contratuais, seria muito fácil manter. Há uma entrevista em que o João Neves diz que não queria sair do Benfica e que ninguém da Direção do Benfica queria que ele saísse. Só pergunto porque é que ele saiu.

Há uma necessidade financeira que tem que ser correspondida no imediato e o Benfica depende das vendas que deixaram de ser receitas extraordinárias e passaram a ser ordinárias. O Benfica tem um problema de finanças. Tem que vender para ter dinheiro para pagar as suas dívidas.

“Problema da dívida do Benfica não é de agora”

G. Sendo preciso vender, e tendo em conta que disse que segurava João Neves, como resolvia a situação?

JDM. A necessidade de vender é assumida. Temos é de reduzir a dependência da venda de jogadores para fazer face às nossas dívidas e à nossa sustentabilidade financeira. O problema da dívida do Benfica não é de agora. O passivo do Benfica tem vindo a escalar ao longo dos anos, o que significa que nunca houve verdadeiramente uma estratégia a cinco ou 10 anos.

Quando me perguntam diretamente se tinha de vender, sei que naquela altura tinha de vender porque anos antes nunca me preparei estrategicamente, nunca me sentei com os meus fornecedores, nunca me sentei com os meus credores para tentar refinanciar tudo. Há outras sociedades desportivas em Portugal que o fizeram. Porque é que o Benfica nunca o fez? Se o Benfica não consegue sentar-se à mesa com todos os seus credores para reestruturar tudo aquilo que deve, então tem de vender os seus jogadores e tem de os vender depressa. Não pensaram, nunca se sentaram, nem prepararam a reestruturação da dívida total até hoje. Sujeitam-se à venda dos jogadores, que é a única coisa que dá receitas extraordinárias"

Enzo Fernández? “Seria possível mantê-lo até ao final da época no Benfica”

G. Objetivo do Benfica passa por reter talento, mas temos casos como o do Enzo Fernández, que pediu para sair. Como é que convencia o jogador a querer ficar no Benfica?

JDM. Não tinha que convencer, tem contrato, tem que ficar no Benfica. Essa é outra questão que tem passado um bocadinho ao lado. O Rui Costa foi um exemplo disso nos anos 90. Deu uma entrevista a dizer que esperava que o Benfica não lhe cortasse as pernas, para ele conseguir sair. Percebo a perspetiva do jogador, também sou advogado de jogadores, sei bem os problemas que passo com eles. E também sou advogado de clubes, também sei os problemas que passo com os clubes.

O Enzo Fernández tinha acabado de chegar ao Benfica. É um caso completamente anormal e excecional. O Enzo Fernández é novo, é um miúdo. Tem de ser de alguma forma ‘tratado’, tem de ser consciencializado, tem de perceber o enquadramento de toda a situação. Era o jogador mais importante do Benfica, foi a maior contratação do Benfica naquela altura e a equipa dependia completamente dele.

Seria possível mantê-lo até ao final da época, até porque iria valorizar. Se tivesse saído no final da época, com o campeonato conquistado, tinha sido vendido por um valor maior, se fosse essa a intenção. Durante o mês de janeiro, houve um tratamento péssimo daquilo que foi a gestão da potencial saída ou não do Enzo Fernández.

Recordo-me que, no ano novo, ele teve um problema a seguir ao jogo de Braga, que foi de férias e não disse nada a ninguém. Isso foi público. O Benfica não soube lidar com essa situação e meteu-se nas mãos, não do Enzo Fernández, mas meteu-se nas mãos de quem fomentou essa saída, nomeadamente dos empresários, nem tanto do Chelsea.

Vi uma entrevista do Rui Costa em que dizia que, quando os clubes contratam jogadores, têm de passar imediatamente mandatos aos empresários para a sua posterior venda e que isso fazia parte do setor. Não faz parte do setor, faz parte de determinados agentes desportivos que entendem que, para se viabilizar uma determinada transferência, tem de se assinar estes mandatos imediatamente. Nem digo que não o possam fazer. Não o podem fazer é passado seis meses do jogador chegar ao Benfica e condenar o que era um projeto desportivo assente naquela figura. Foi tudo mal gerido, meteram-se nas mãos dos empresários, meteram-se a jeito e o Enzo Fernández depois acaba por ter alguma força para poder sair porque estava de costas voltadas internamente. Aconteceu um mal menor, que foi a saída, com o Benfica a ser ressarcido financeiramente, mas colocando em causa o projeto desportivo.

 “João Neves e António Silva não foram promovidos por mérito”

G. Aposta na formação é um consenso entre os Benfiquistas, mas como pretende operacionalizar a entrada de jogadores da formação na equipa principal? Quotas? Mínimo de X jogadores por ano a subir à equipa principal?

JDM. A formação é essencial ao Benfica e é uma questão histórica, mas tem de ser completamente reestruturada. O Benfica campus não está, hoje em dia, organizado como há uns anos. Havia claramente uma intenção de formar os jogadores para chegarem à equipa A. Depois, havia também a intenção de os vender imediatamente. Não concordo. Sou a favor da formação e um dos meus grandes objetivos passa por reter talento. Isso implica que o Benfica tenha contas mais consolidadas e mais estáveis para aguentar o talento, desenvolvê-lo, pagar mais por ele, nomeadamente em salários, através da renovação de contratos.

Vamos ter de rever completamente o paradigma daquilo que é a organização interna do Benfica Campus para fazer depois a ligação à equipa A. É um modelo que não está obsoleto, mas, com tantas saídas no departamento de scouting e na formação, há claramente algo que está a funcionar mal.

O João Neves e o António Silva – ou se quisermos irmos até ao Renato Sanches – surgiram sempre numa altura em que houve lesões dos jogadores e não havia substitutos para esse efeito. Não foi intencional, não foi promovido por mérito. Não há esse objetivo de passar a formação para a equipa principal. O objetivo é formar para chegar à equipa A e tentar reter ao máximo.

 Empresários? “Não tolero que façam chantagem com o Benfica”

G. Relativamente à relação com os empresários, qual será a sua política relativamente a comissões?

JDM. Quanto mais tarde, melhor [risos]. Temos de aceitar que os agentes de futebol existem e não se consegue dar a volta a isso. Estão implementados, têm muita força junto dos clubes. Na SAD do Benfica, nota-se que há uma dependência muito grande e vê-se pelos pagamentos que se azem a empresários e está nas contas.

Tenho muita experiência em lidar com empresários, represento empresários e é algo que, quando chegar ao Benfica vai cessar, mas tem uma vantagem, eles conhecem-me e sabem como funciono. Assumo-os como parte do setor, parte do ecossistema, mas não tolero que façam chantagem, que façam pressão, que utilizem o jogador como objeto para tentar ganhar alguma coisa,

Lidar com empresários é muito fácil quando se quer. São os representantes dos jogadores, quando não são familiares, e têm de perceber que o Benfica tem de reter os jogadores, a não ser que haja uma movimentação tão excecional que sejamos obrigados a vender jogadores.

Nos últimos anos, o Benfica não tem vendido propriamente os jogadores, à exceção do Enzo Fernández, pelo valor da cláusula que impõe. Cláusulas essas que, para mim, são todas ilegais. Enquanto advogado, não só são ilegais, como nunca foram questionadas. A única vez em que foram questionadas nos tribunais internacionais, foram anuladas e rebaixadas.

A questão é que as cláusulas funcionam para valorização de ativo, mas depois na realidade têm de sair abaixo desse preço. Só poderão sair se algo de extraordinário acontecer em que seja forçado a vender. Se não for forçado a vender, não tenho de o fazer. Já há muitos anos que lido com eles [empresários]. Sabem perfeitamente o que é que vão apanhar.

“Não vejo a Gestifute de Jorge Mendes a promover grandes contratações para dentro do Benfica”

G. A proximidade do Benfica a Jorge Mendes tem sido alvo de críticas. Qual a relação que pretende manter com este empresário em questão?

JDM. Primeiro tenho de entrar no Benfica para perceber a amplitude da relação que existe com a Gestifute. Também existem boas relações e alargadas com outros empresários. Tenho conhecimento disso, até porque já estive e acompanho processos de outros empresários com o Benfica.

Há claramente uma ligação maior à Gestifute num cenário: vendas. Não vejo a Gestifute a promover grandes contratações para dentro do Benfica por preços muito interessantes. Gostaria que isso acontecesse. Não tenho nada contra o Jorge Mendes.

As relações são profícuas se todos ganharem. O que tenho vindo a assistir é o Benfica a pagar muitos valores por vendas de jogadores, que são talento importante para o Benfica reter. Não quero dizer já que não concordo, mas vai haver uma inversão nessa política porque tenho interesse em reter jogadores e não em vendê-los. O enquadramento que vou implementar é diferente daquele enquadramento que se vive hoje lá dentro. Se há uma abertura para eles quererem vender, é uma política que foi assumida pela atual Direção. Tenho uma visão contrária, mas não significa que tenha que cortar com o Jorge Mendes. Significa que o Jorge Mendes, a Gestifute ou qualquer outro empresário, vai ter que andar ao toque do Benfica e não ao contrário.

“Se o Benfica estiver na Liga Europa, tem obrigação de a ganhar”

G: Quais as reais ambições europeias do Benfica?

JDM. Atualmente, não consigo responder a essa pergunta porque não estou dentro do Benfica e não sei qual é o projeto, se bem que o Presidente do Benfica disse que o Benfica tinha sempre de ambicionar esse desidrato [conquista de uma prova europeia]. Concordo com ele. Participando nas competições europeias, o Benfica até pode conseguir fazê-lo, com um bocadinho de sorte.

Com um projeto diferente daquele que existe hoje, tenho a certeza que é perfeitamente possível, dependendo obviamente da competição onde estiver integrado. Se o Benfica estiver numa competição como a Liga Europa, tem obrigação de a ganhar porque tem capacidade financeira, mesmo vendendo como vende, por serem clubes mais acessíveis.

Na Liga dos Campeões, vamos testar este novo formato, que me parece difícil, mas isso não implica que o Benfica não possa ambicionar misturando duas coisas: sorte e um projeto minimente credível e estável. Tudo isso implica ter contas acertadas, retenção de valor, formação a funcionar. Gente nova no Benfica a tratar de tudo isto.

Veja as declarações, em exclusivo, ao Glorioso 1904 de João Diogo Manteigas:



Clube

Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”

Em entrevista ao nosso Jornal, candidato a Presidente do Clube da Luz fala em situação financeira preocupante e diz que as águias não têm alternativa a não ser renegociar a dívida

Em conversa, exclusiva, com o Glorioso 1904, João Diogo Manteigas aborda a dívida da SAD do Benfica
Em conversa, exclusiva, com o Glorioso 1904, João Diogo Manteigas aborda a dívida da SAD do Benfica

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João Diogo Manteigas defende que o Benfica deve avançar para a renegociação da dívida o mais rapidamente possívelEm entrevista exclusiva ao nosso Jornal, o candidato à Presidência do Clube da Luz fala em “amadorismo” na gestão da SAD e dá exemplo de … Otamendi.


“Benfica não tem outra hipótese se não reestruturar a dívida a nível transversal”


Glorioso 1904 (G). Qual é a sua posição sobre a dívida do Benfica?


João Diogo Manteigas (JMD). A cativação de receitas é obrigatória. Se o Benfica não cativa receita, como é que paga a dívida, se não há receitas extraordinárias? Temos de assumir que as vendas de jogadores se tornaram receitas ordinárias. Aliás, em abril, Luís Mendes disse que todos os clubes em Portugal têm de vender jogadores. Rui Costa está sempre a dizer isso. Há uma dependência de vendas. Apenas por aí, o projeto falhou.

Há outra questão que é, de vez em quando, o Benfica tem de ir buscar dinheiro. Tem duas formas de o fazer. Empréstimos obrigacionistas consideráveis, que tem vindo a acontecer nos últimos anos. O Benfica lança o empréstimo obrigacionista e depois reforça porque a procura é grande. É o Benfica. Quando o Benfica lança algo, as pessoas vão à procura, sejam ou não Benfiquistas. A maioria dos investidores, se calhar, nem são Benfiquistas. Há uma procura muito grande porque o Benfica é uma marca que cumpre.


Há outra forma de ir buscar dinheiro, que são contas correntes ou de apoio à tesouraria. Nas contas, vemos que há lá um banco estrangeiro, que é o LB Bank, alemão. Percebe-se que são contas correntes daquelas que, ao semestre, temos interesse em liquidar no imediato para não aparecerem nas contas.

O Benfica está constantemente a precisar de dinheiro. Há outras provas, como a antecipação da venda do Gonçalo Ramos. É evidente. A questão das vendas em cima do joelho. Todas umas atrás das outras. Um clube quando tem de vender porque está à beira do colapso e precisa de mascarar as contas, tem de o fazer (renegociar a dívida) obrigatoriamente, não pode esperar. Não vai fazer nada em termos comunicativos para os Sócios e Adeptos. É para vender, é para vender. Mais vale assumir imediatamente isso do que estar a esperar pelo tempo que vai ser sempre pernicioso e nocivo para a SAD. Há algum amadorismo na gestão do processo propriamente dito porque é inevitável quem mais se tem de valor em casa. Há uma comunicação que não é real relativamente àquilo que na realidade acontece.

O Benfica não tem outra hipótese se não reestruturar a dívida a nível transversal. Dentro da reestruturação, não sei se o Benfica não devia procurar um mercado emergente, com capital. Hoje em dia, temos os Estados Unidos e a Arábia Saudita, para poder convolar tudo num pacote e pagar a essa entidade e aliviar a carga que tem deste lado.

Cativações têm de ser uma projeção a médio/longo prazo. A receita não cai toda de uma só vez quando vendo um jogador. Os clubes nunca pagam os 60 milhões a pronto. As coisas são pagas em prestações de quatro/cino anos. As pessoas têm uma ideia de que o João Neves é vendido e caem logo os 60 milhões na conta. Não é assim. O PSG é muito rico, mas o dinheiro ainda tem de sair lá do país de onde sai, entrar em Paris e ir não sei para onde.

Acima de tudo, cortar em fornecimentos e serviços externos. Sou acionista da SAD e, se mandar uma carta ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, posso estar aqui cinco anos à espera que me digam e descrevam quem é que são os protagonistas dos FSE. Não me vão responder. Nem no Clube me respondem, quanto mais na SAD. Posso fazer uma queixa na CMVM. Vou fazer isso? Não me parece que seja o caminho a seguir.

Otamendi? “É uma renovação que não consigo entender”

G. E quanto à renovação com os jogadores de salários mais elevados?

JDM. O Di María até é um caso excecional porque beneficia de um determinado regime (fiscal) de regresso que permite ao Benfica poupar dinheiro, embora tenha um salário elevado. Desportivamente, não sei se esperamos do Di María aquilo de que precisamos.

Mas temos o caso do Otamendi. É uma renovação que não consigo entender. Sou suspeito porque, quando foi renovado o contrato, disse publicamente que era um erro por causa da promoção do talento e era preciso lançar o António Silva e o Tomás Araújo. Tenho que lançar outros jogadores. Não tem a ver com o Otamendi em si, tem a ver com o custo que tenho com o Otamendi e com aquilo que ele me dá em campo. É capitão? Certo, mas há coisas que não justificam a manutenção de determinados jogadores.

Quando o Benfica contrata jogadores por 20 milhões de euros, esses atletas recebem bem e implica que não se consiga renovar com um Rafa, que está a pedir o mesmo que esses jogadores que acabei de trazer e estão a ganhar mais do que ele. Isto é política de gestão, desportiva e financeira. Não é científico, nem da NASA. É fácil, tem de se aplicar mediante aquilo que está a acontecer. Quem entrar lá dentro, vai ter muita dificuldade em reorganizar tudo isto, mas vai ter de se sentar com todos os credores.

“Benfica tem de ganhar com a centralização e não pode ser prejudicado”

G. Qual a sua posição sobre a centralização dos diretos televisivos do futebol português?

JDM. A pergunta que me foi fazer [risos]. Não sou contra a centralização. Sou contra um determinado tipo de centralização que não vá ao encontro daquilo que os clubes têm de receber. Não digo só do Benfica. Agora, há aqui uma questão. O Benfica é maior que todos os outros. Não estou a falar desportivamente, nem vou por aí. Falo puramente a nível económico e financeiro.

Há um problema relativamente à centralização. Foi um decreto-lei imposto no COVID sem pés nem cabeça. Aquilo foi ‘tem de ser, isto é bom para o futebol português, entendam-se, façam um projeto e mandem que depois vemos e validamos’. Isto não funciona assim.

A questão da centralização tem sido sustentada com base no sucesso que têm tido outros países e outras ligas. Não consigo entender como se compara o futebol português à liga inglesa, italiana, francesa… Não faz sentido nenhum comparar a liga portuguesa com as principais ligas europeias por duas razões. A primeira é que não temos a capacidade financeira que todas essas têm. A segunda é que, culturalmente, ninguém consegue enfiar na cabeça que Portugal tem três clubes que têm basicamente tudo o que é a atenção dos Sócios e adeptos.

O Governo devia colaborar com a Federação Portuguesa de Futebol e com a Liga para fazer um censo para saber qual a percentagem de sócios e adeptos do Benfica, Porto, Sporting e dos outros clubes. Há 10 anos, havia uma massa grande adepta do Vitória de Guimarães, o Braga estava a aumentar e havia um outsider fenomenal que era o Setúbal. Era o quinto classificado em termos de sócios e adeptos. Tinha uma massa associativa brutal e fidedigna.

A centralização só pode ser implementada se estes três clubes tiverem a noção de qual é a divisão de poder a nível cultural. Quando o Benfica vai jogar a Arouca, quem enche o estádio é o Benfica. Os clubes que estão na primeira liga – e na segunda com o Benfica B – ganham com isso. O Benfica tem de ganhar com a centralização e não pode ser prejudicado.

Qual é o modelo da centralização? É o espanhol? Parece-me o mais equilibrado. Porquê? Porque o Benfica não é tão prejudicado. Há uma questão relacionada com a massa adepta, com os Sócios, presença nas redes sociais, etc. Acho que esse é o modelo que a Liga Portugal quer tentar implementar. Perceber qual é o clube – e de que maneira é que isso se traduz económica e financeiramente – no futebol, ou seja, qual é a marca mais poderosa. Tudo me diz que é o Benfica.

Quanto é que temos de meter de dinheiro em todos os outros clubes? O que é que eles precisam? A questão aqui é mais complexa. Se aumentar os direitos televisivos do Arouca, eles vão pegar no dinheiro e fazer o quê? Vão formar jogadores? Melhorar as infraestruturas do estádio? Formar dirigentes? O dinheiro é para quê? É que em Espanha o dinheiro é canalizado para estas coisas que disse. Ninguém recebe 10 milhões de euros e faz o que quer. Não sou contra a centralização, mas deve respeitar a história e a realidade daquilo que são os clubes em Portugal, à cabeça, o Benfica.

“Se amanhã tivesse de entrar no Benfica, a SAD estaria completamente composta”

G. Já tem algum nome pensado para CFO do Clube? Como será a sua relação com o CFO?

JDM. Vou-lhe responder politicamente porque não posso avançar com nomes. Sabia que ia ser confrontado com este tema porque antecipando muito tempo uma candidatura, corro o risco de ser confrontado com essa pergunta, que é uma que as pessoas mais querem saber.

Esta é uma candidatura que tenho pensada ao longo de muitos anos. Não nasceu ontem e fui falando com pessoas ao longo do tempo. Se amanhã tivesse de entrar no Benfica, a SAD estaria completamente composta com nomes assegurados, todos Benfiquistas, todos trabalhadores na área. Tenho assegurado um projeto losango: um CFO, um diretor desportivo para a equipa A e B, um diretor geral para o Benfica Campus. Todos eles teriam uma ligação direta. Isto está fechado. Tenho o ok dessas pessoas, que conheço muito bem e há muitos anos. Acompanharam o meu percurso, alguns até são mais velhos do que eu. Conhecem-me, sabem o que quero fazer e eu sei o que quero deles. Isto na SAD.

No Clube, é diferente. Posso assegurar que tenho já nomes seguros contratualizados para me acompanhar. Quero, com o progresso desta candidatura, que mais pessoas venham ter connosco. Quero fazer algo que acho que nunca foi feito no Benfica ou noutros clubes: conhecer mais pessoas, saber as suas capacidades e conhecê-las profissionalmente e juntar, na parte do clube, aos cargos de dirigente pessoas que venham de fora, ou seja, não programar uma equipa para os três órgãos sociais, mas juntar alguns elementos de fora para dentro. Sócios que se queiram juntar, e que se entrosem bem, para lhes dar oportunidade de estar connosco na nossa direção. Sei que é difícil, mas é exatamente por causa disso que estou aqui um ano e um mês antes para lhes dar essa oportunidade e conhecer pessoas.


Entrevista exclusiva de João Diogo Manteigas ao Glorioso 1904:

 - Parte 1: Exclusivo Glorioso 1904 - “Tenho a certeza que Noronha Lopes e Benitez vão-me apoiar”

 - Parte 2: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas: “Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte”

 - Parte 3: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”

 - Parte 4: A publicar no próximo domingo (15 de setembro)

 - Parte 5: A publicar no próximo domingo (15 de setembro)

 - Parte 6: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)

 - Parte 7: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)

 - Parte 8: A publicar na próxima segunda-feira (16 de setembro)

Confira aqui as declarações de João Diogo Manteigas, em exclusivo, ao Glorioso 1904:



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Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”
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